Falso advogado enganou cliente e o Ministério Público, diz polícia

OAB do Amapá, localizada no Centro de Macapá, já está ciente do caso.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Um falso advogado criminalista foi indiciado pela Polícia Civil do Amapá por falsidade ideológica e exercício irregular da profissão. A investigação aponta que ele compareceu a órgãos públicos anunciando um cargo que não tem.

A polícia não divulgou o nome do indiciado, mas o portal SelesNafes.com apurou que ele tem um perfil de rede social no qual se apresenta como Juhsander Mendonça e descreve que estudou “Bacharelado em Direito” em uma faculdade particular de Macapá.

Segundo o delegado Eduardo Quadrotti, da 6ª DP, que preside o inquérito sobre o caso, no início de 2022, houve uma barreira policial, onde uma mulher foi presa por embriaguez. Ao chegar no Ciosp do Pacoval, ela ligou para uma amiga, que conhecia o suposto advogado.

Na delegacia ele conversou com a infratora e disse que ela sairia assim que pagasse uma fiança. Inicialmente, ele não conversou com o delegado. Foi arbitrada a fiança, a mulher foi liberada e o falso advogado foi embora.

Quando ele foi fazer o acordo de não persecução penal no Ministério Público, assinou toda a documentação como advogado, no dia 18 de janeiro, em frente a um promotor de Justiça ao qual se apresentou como advogado da motorista.

Acusado montou perfil com informações da área do Direito e foto de advogados

“Ele teve a ousadia de assinar os documentos utilizando o nome dele com uma ordem [um número de registro da OAB] falsa. Aí, fui pesquisar e vi que não existia nada. Ele não é formado, não é nada no Direito. Ou seja, teve a petulância de ir em órgãos públicos, e se identificar como advogado e assinar. É um absurdo”, falou Quadrotti.

O homem fazia isso utilizando de um numero de registro da OAB, que originalmente pertence a uma advogada que atua no Amapá.

“Ouvi essa pessoa [a advogada] aqui. Ela não tem nenhum conhecimento sobre a causa, sobre o suposto advogado, nunca o viu, nunca ouviu falar. Então, ela até ficou surpresa quando foi chamada na delegacia porque ficou assustada realmente, porque não sabia o que estava acontecendo”, acrescentou o delegado.

Ainda de acordo com ele, pessoas próximas, envolvidas no caso, também não tinham conhecimento que o homem não era advogado. A polícia apurou que ele já exerceu cargos de confiança, onde foi comissionado nas Prefeituras de Pracuúba e Amapá.

Delegado Eduardo Quadrotti investigou o caso: “uma afronta à segurança pública”. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Quadrotti suspeita que o falso criminalista tenha “defendido” muitos outros casos. Não há informações de quanto tempo ele estaria exercendo irregularmente a profissão de advogado.

O falso advogado foi intimado para comparecer na delegacia, mas não foi por duas vezes. O caso foi remetido ao MP.

Seles Nafes
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