Justiça solta um dos acusados de matar jovem durante discussão

Desembargador entendeu que Ruan Calins apenas dirigia o Astra prata usado no crime, e que não há provas de que tenha participado dos disparos
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Por LEONARDO MELO

O desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá, Jayme Ferreira, mandou soltar um dos acusados de matar a tiros um jovem após uma discussão no Bairro do Trem, na madrugada do último dia 14. O magistrado acatou a tese da defesa, conduzida pelo advogado Cícero Bordalo Júnior, de que ele não participou diretamente do homicídio.

O crime ocorreu na Avenida Diógenes Silva na altura da Rua Eliezer Levy. De acordo com a polícia, José Ricardo Barreto Lopes, de 24 anos, discutiu com ocupantes de um Astra prata na Rampa do Santa Inês. Depois disso, José, que estava de carro com outros amigos, foi seguido pelo Astra e os dois carros se tocaram no local onde o crime aconteceu.

José teria descido do veículo para tomar satisfações com os ocupantes do Astra, mas foi atingido com vários tiros e morreu no local. Dois ocupantes do Astra foram presos horas depois no Porto do Grego, em Santana, onde supostamente se preparavam para fugir. Na mochila do pai de Ruan Calins da Silva, de 20 anos, que estava com ele no porto, a polícia encontrou R$ 15 mil em dinheiro.

Na audiência de custódia, João Victor Félix Vieira, outro ocupante do Astra, confessou ter efetuado os disparos, e Ruan confirmou que dirigia o veículo. A prisão flagrante deles foi transformada em preventiva.

José Ricardo foi morto a tiros

João Victor e Ruan Calins têm 20 anos

No recurso ao tribunal, Cícero Bordalo Júnior argumentou que Ruan Calins não efetuou os disparos, e não sabia que João Victor estava armado.

“Note-se que a própria decisão atacada se limita a afirmar que o paciente era o motorista do veículo em que os presos preventivamente se encontravam, e que teria empreendido fuga após a prática do crime. Mas está comprovado que o paciente não executou diretamente o crime, e, repiso, não há indícios de que tenha aderido à conduta de seu acompanhante. Entretanto, considerando a gravidade do crime a ele imputado, entendo necessário a imposição de outras medidas cautelares”, comentou o desembargador.

Dinheiro apreendido com o pai de Ruan Calins, que acompanhava o filho

Cícero Bordalo Júnior: sem provas de fuga

Dinheiro

Ao conceder a liminar, Jayme Ferreira também entendeu afirmou que não há provas de que Ruan Calins estivesse tentando fugir do Estado, mas apenas se protegendo de familiares da vítima ao se deslocar para Santana.

“Também não há prova inconteste de que o paciente tenha tentado empreender fuga do distrito da culpa, apresentando justificativa plausível tanto para o deslocamento para Santana como para o dinheiro em poder de seu pai, que se destinava a ele, como se extrai da audiência de custódia”.

Ruan Calins responderá ao processo em liberdade, mas terá que comparecer em juízo mensalmente para justificar atividades, está proibido de frequentar bares e estabelecimentos noturnos, e ainda terá que se recolher à noite. João Victor, autor confesso dos disparos, continua preso.

Seles Nafes
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