Líder de facção que trocava informações com delegado é flagrado com mais 2 celulares na cela

Aparelhos foram encontrados na cela da enfermaria onde Tio Chico está preso, no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Dois celulares foram apreendidos na manhã de domingo (19) na cela da enfermaria do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), em Macapá. Os aparelhos estavam na posse de um investigado – preso e condenado –, conhecido como Tio Chico, líder da maior facção criminosa do Estado.

A ação foi do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado (MP-AP) e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes e Facções Criminosas (DRE), da Polícia Federal (PF).

A apreensão ocorreu após monitoramento feito como continuidade das investigações da Operação Queda da Bastilha, deflagrada no dia 14 de setembro de 2022 e que prendeu o delegado de Polícia Civil e candidato a deputado estadual, Sidney Leite. Além dele, advogados, policiais penais e demais “linhas de frente” da facção criminosa também foram alvos.

Conforme o MP, o vínculo entre os servidores públicos e o líder de facção, com quem foram encontrados os celulares, vinha ocorrendo pelo desde 2021, quando duas crianças morreram, em Santana e Macapá, vítimas da guerra entre facções.

Era com este preso que o delegado Sidney Leite trocava mensagens e chegou até oferecer carro blindado e a própria casa para abrigá-lo, segundo apontou a investigação do MP e da PF.

“Por conta da fragilidade do sistema prisional amapaense, em apenas quatro dias após a apreensão de celulares, o líder da facção já foi flagrado com dois novos aparelhos na sua cela da enfermaria. O que reforça o fato da corrupção descontrolada que fez chegar novos celulares ao investigado”, detalhou o MP em nota.

As investigações apontam, ainda, que o líder de facção, assim como outros quatro de facções diversas, foram transferidos para a enfermaria do Iapen por suposta doença grave.

“Há fortes indícios de que os processos em que foram deferidas tais transferências, foram instruídos com documentos ideologicamente falsificados pelos líderes dessas quadrilhas com apoio dos advogados e agentes públicos”, acrescentou o MP.

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