Caso Kátia: “Jurados erraram”, diz acusação, que vai pedir anulação do julgamento

A decisão desclassificou o crime de feminicídio para homicídio doloso, o que deu liberdade ao ex-policial Leandro Freitas, de 31 anos.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Nesta segunda-feira (24), o advogado Renato Nery, que compõe a assistência de acusação no caso de Ana Kátia Silva, morta com um tiro no peito no dia 8 de julho de 2020, em Macapá, informou que já estão sendo tomadas medidas para tentar reverter o resultado.

A decisão do último sábado (22), por maioria de votos dos jurados, desclassificou o crime de feminicídio para homicídio doloso, o que deu liberdade ao ex-policial Leandro Freitas, de 31 anos.

Segundo Nery, o Mistério Público do Amapá vai impetrar recurso para anular o julgamento. O motivo, na avaliação dos promotores e advogados, é que os jurados reconheceram que Leandro Freitas foi o atirador, mas houve equívoco na hora de votar.

“A perícia demonstrada por Dr. Eduardo Lhanos mostrou, categoricamente, que não teria possibilidade técnica do Kadu [filho da vítima] ter sido o atirador de sua mãe. Dessa forma, na perspectiva da assistência de acusação os jurados erraram em votar que Leandro não teve a intenção de matar a vítima, ora, se desde o início do julgamento o Leandro negou a autoria, é incompatível negar a autoria, dizer que não fez e depois ser votado que ele matou sem intenção”, questionou o advogado.

Renato Nery, advogado assistente de acusação. Foto: Rodrigo Índio

Ainda segundo ele o feminicídio não chegou a ser votado e a outra qualificadora – meio cruel – também não. Desta forma, a assistência de acusação acredita que o julgamento tem grandes chances de ser anulado.

“Nós acreditamos que o Tribunal de Justiça fará o seu papel e mandará o Leandro novamente a júri popular”, finalizou.

Seles Nafes
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