Furlan, o maior derrotado de 2022

Dr Furlan não conseguiu transformar popularidade em transferência de votos suficientes para duas campanhas majoritárias
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Por SELES NAFES

O resultado da eleição deste domingo (2) demonstrou que a arrogância e a vaidade podem cobrar preços potencialmente irreparáveis na política. Ao perder a eleição da esposa ao Senado e do amigo para o governo, Dr Furlan sai como o maior derrotado do pleito, e agora tem uma complicada missão pela frente:  reconquistar apoio político para se reeleger.

Desde o início o plano era ambicioso demais. Animado com a popularidade em alta, proporcionada por um caixa abarrotado de dinheiro federal para fazer obras, Furlan passou como um rolo compressor sobre parceiros importantes na eleição de 2020, entre eles Capiberibe (PSB), Gilvam Borges (MDB), Cirilo Fernandes (Podemos) e Patrícia Ferraz (Podemos), entre outros.

Empolgado, o “prefeitão” carregou num braço a esposa Rayssa Furlan, uma médica sem expressividade política alguma, que nunca havia concorrido a cargo nenhum, e com extrema dificuldade de se comunicar (talvez mais pela timidez do que por falta de conteúdo).

A derrota dela para Davi Alcolumbre se deu não apenas pelo currículo do político veterano, mas pela própria estratégia de campanha de Rayssa, que abusou das dancinhas e das brincadeiras com a “tropa do sal e colorau”, e ignorou completamente a necessidade de convencer o eleitor pelas propostas. Mesmo assim, ela foi muito bem votada e encerrou a corrida com 42,52%, mais de 174 mil votos.

No outro braço de Furlan estava Jaime Nunes, o megaempresário e vice-governador que se manteve calado durante os últimos quatro anos do governo Waldez Góes, e que só na campanha eleitoral descobriu o caminho do Hospital de Emergência para “denunciar” o atendimento precário. O “dono da quebrada” não conseguiu convencer quem mora nas quebradas e perdeu a eleição para o ex-prefeito Clécio Luís, que virou seu alvo durante toda a campanha.

Furlan abandonou Capi. Foto: Rodrigo Índio/SN

Ao lado dos ex-aliados, em 2020. Rolo compressor. Foto: Rodrigo Índio/SN

…e com a esposa Rayssa

A partir de agora, o prefeito de Macapá começa a campanha de reeleição. Não terá dificuldades para tocar obras, principalmente com R$ 1 bilhão em caixa deixados pela gestão Clécio e quase R$ 400 milhões repassados pelo governo Waldez.

O desafio maior vai ser reconquistar todos os aliados que desrespeitou, entre eles Capi, que foi alvo de diversos fake news supostamente produzidos por apoiadores de Rayssa.

Furlan é grande, mas não tinha braços e nem pernas suficientes para eleger os dois. Prefeitão, Tropa da Rayssa e Dono da Quebrada. Popularidade tem limite.

Seles Nafes
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