Por SELES NAFES
O Ministério Público Eleitoral apresentou suas considerações finais no processo que pode terminar com a condenação do ex-candidato ao governo do Amapá, Jaime Nunes (PSD), por abuso de poder nas eleições deste ano. Os procuradores reiteraram o pedido de cassação do registro dele.
Jaime é acusado de usar a posição de vice-governador do Amapá para entrar no Hospital de Emergência de Macapá (HE), sem permissão, para ser gravado conversando com pacientes e acompanhantes. As imagens foram veiculadas na propaganda eleitoral dele, causando enorme repercussão negativa nas redes sociais.
Uma liminar determinou a retirada da propaganda da TV e redes sociais.
Graças ao cargo, sustenta o MP, Jaime acessou áreas restritas do hospital, onde são permitidas as presenças de apenas funcionários e pacientes.
“Essa situação, da forma como foi apresentada, apenas foi possível graças à situação funcional do representado de vice-governador, pois, por mais que se afirme que estava despido dessa posição hierárquica, ele sequer se dignou a solicitar previamente autorização”, diz o procurador Pablo Luz.
O MP sustenta que, além do abuso de poder, a presença da produtora do candidato no HE interrompeu o atendimento e infringiu a legislação eleitoral, que proíbe o uso de bens públicos para fins eleitorais.
Jaime Nunes perdeu a eleição em primeiro turno para o ex-prefeito de Macapá, Clécio Luís (SD), que obteve 53,69% dos votos.