O ‘rio de pneus’ que banha a orla de Macapá

O ponto mais crítico é nas proximidades da Rampa do Açaí, orla sul da capital do Amapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

A orla de Macapá encanta a todos pela exuberância do maior rio de água doce do planeta que banha a cidade. O lugar é bastante frequentado pela população, especialmente, para a prática esportiva e para um bom e velho bate-papo, principalmente, no início da manhã ou no fim da tarde.

Mas quando a maré baixa um outro cenário aparece. Um emaranhado de pneus de borracha surge no leito do rio. O ponto mais crítico é nas proximidades da Rampa do Açaí, no Bairro Santa Inês. Lá, centenas de pneus poluem o local. A cena se repete por uns 300 metros. Foi possível contar mais de 200.

Um barqueiro estava no local. Ele é da região das ilhas do Pará, e não quis aparecer. Porém, falou que os pneus caem de embarcações que atracam para deixar produtos no local.

Centenas de pneus poluem o local. Fotos: Rodrigo Índio/SN

A cena se repete por uns 300 metros

Foi possível contar mais de 200

“Servem para a proteção dos barcos, para quando bater um no outro durante a gente encostar na beira para não furar o casco. Aí, com o impacto, eles vão caindo aqui e ninguém pega porque quando os barcos chegam aqui tá cheio e tem que sair antes da maré vazar. Eu falo por mim: eu pego os meus pra evitar ir atrás de outros e de poluir aqui”, comentou o atravessador de açaí.

Seu José Lobato, de 67 anos, sempre passa pelo local de bicicleta. O aposentado conta que o problema já se estende por alguns anos e nenhuma providência é tomada.

“Todo dia a maré seca e os pneus aparecem. Uma vez falei sobre isso, mas ninguém dá atenção. A prefeitura ou governo, sei lá, deveriam olhar com carinho pra cá, é a frente da cidade, onde todo dia tem gente. Aí tem isso e a podridão do esgoto, que cai direto aí. Complicado”, opinou.

José Lobato: “ninguém dá atenção”

Quando a maré baixa…

… centenas de pneus…

… ficam à vista

Um vendedor de gelo disse que já teve a retirada desse tipo de objeto do local, mas que foi por parte de OGNs e outras instituições.

A reportagem entrou em contato com a Zeladoria Urbana de Macapá, para saber se a pasta tem conhecimento do caso e quais medidas podem ser tomadas com relação a isso. Contudo, até esta publicação não houve resposta do órgão.

Seles Nafes
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