Por RODRIGO ÍNDIO
A Polícia Civil do Amapá instaurou inquérito para apurar a conduta da professora doutora efetiva do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida, em um grupo de WhatsApp com seus aluno.
O caso ganhou holofotes devido à repercussão negativa sobre declarações feitas pela professora, declaradamente bolsonarista.
Ela afirmou que não daria mais aula para pessoas que tenham vertentes políticas de esquerda e tinham o pensamento diferente do dela.
O caso foi contado pelo portal SelesNafes.com na quarta-feira (2). Logo depois, a professora lançou um pedido público de desculpa, onde cita que é “ser humano como qualquer outra pessoa capaz de reproduzir sentimentos instantâneos”.
Sheylla Almeida reiterou que no calor das eleições, acabou se excedendo nas palavras. Mesmo assim, ela foi denunciada à polícia e pode responder por constrangimento ilegal e ameaça.
Segundo o delegado Ronaldo Coelho, titular da 1ª DP da capital, o procedimento verifica as mensagens ofensivas com cunho de intolerância política.
Uma das alunas citadas por Sheylla, já procurou a polícia para denunciar o caso.
“Instauramos um procedimento porque essas pessoas se sentiram prejudicadas por esse constrangimento. Este fato ganhou notoriedade e nós vamos agora apurar para saber que grau de responsabilidade essa orientadora do doutorado vai ter que se justificar perante a Justiça”, explicou Ronaldo Coelho.
Porém, o trabalho está apenas no início.
“Estamos ouvindo todas as pessoas envolvidas e outras que por ventura faziam parte, porque era num grupo de WhatsApp do laboratório, onde existem outros alunos, para saber se essas pessoas estão se sentindo incomodadas e prejudicadas por este ato”, acrescentou o delegado.
Ele diz que o pedido de desculpa feito pela professora tem relevância.
“Já reconheceu o seu erro, agora precisamos saber o grau desse reconhecimento. Se foi apenas para justificar o seu ato ou realmente de fato ela está arrependida daquilo que cometeu. Nós temos que fazer toda uma apuração com relação a isso para depois a Justiça dá o veredito final, se cometeu o crime ou se não cometeu”.
As vítimas estão sendo ouvidas e depois a orientadora será intimada para esclarecimentos.