Famílias desabrigas no Araxá têm dificuldades de achar imóveis para alugar

Francinete só encontra alugueis acima de R$ 450. As famílias estão sem ter onde morar desde o último ia 27 de dezembro, depois de terem as casas derrubadas pela força do rio Amazonas
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Por ANDRÉ ZUMBI

As famílias abrigadas em uma escola municipal, depois que tiveram casas derrubadas ou ameaçadas pela força da maré do Rio Amazonas, reclamam da assistência da prefeitura de Macapá. Segundo eles, é servida apenas uma refeição por dia e o valor do aluguel social não ajuda a encontrar um lugar para morar. A Semas afirmou que o valor está no teto do que é permitido por lei.

Na madrugada do último dia 27 de dezembro, os moradores da Invasão do Zeca Diabo viveram momentos de terror quando casas foram sacudidas pelas ondas do rio Amazonas. Alguns não resistiram, e outras correm risco. Das 55 pessoas atingidas, 15 estão alojadas na Escola Municipal Maria José, que fica no próprio bairro. São cinco famílias que alegam dificuldades para encontrar um local adequado com um aluguel social de R$ 350.

Além disso, eles dizem que no momento de fechar os contratos de locação os proprietários dos imóveis estão pedindo o valor antecipadamente. Taís da Rocha, de 24 anos, está morando na escola com os dois filhos e o marido. A casa dela foi completamente destruída. Ela chegou a procurar a Defensoria Pública do Estado na tentativa de aumentar o valor do aluguel social para R$ 600, mas o pedido, segundo ela, não foi atendido.

“Os proprietários estão pedindo dois meses antecipados porque eles disseram que são acostumados a levar calote e muitos atrasam o pagamento. Esse valor não dá pra nada. E o R$ 1 milhão que veio do senador Lucas Barreto? Eles lá na defensoria disseram que a prefeitura usaria esse valor para a nossa alimentação, mas eu pergunto que alimentação, sendo que a gente recebe uma marmita por dia aqui? E água que a gente toma é do bebedouro”, questionou a mulher.

No total são cinco famílias em teto. Fotos: André Zumbi/SN

Tais está “morando” na escola com o marido e 2 filhos

Utensílios levados para uma sala de aula

Fogão usado para fazer as refeições

A casa de Francinete da Silva não caiu, mas as estacas foram comprometidas. Morando com 8 pessoas da família na casa de um parente, ela afirma que só conseguiu encontrar aluguel superior a R$ 450.

“Eles querem pagar aluguel pra gente de R$ 350 e querem que a gente pague o resto do nosso bolso. Não tem condições de fazer isso. E eles querem que a gente saia daqui de qualquer jeito”, desabafou.

Auxílio

Mayla Carvalho, da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), explicou que o órgão mapeou todas as famílias atingidas pelo sinistro e tem feito de tudo para ajudá-los. Pontuou que a secretaria disponibilizou um carro para auxiliá-los na busca por imóveis, e que por lei só pode disponibilizar R$ 350 por família. Explicou que o benefício é pago por três meses podendo ser prorrogado por mais três.

Além disso a secretaria doou cesta básica, uma refeição ao dia, gás e disponibilizou a cozinha da escola para que eles pudessem preparar o alimento.

“A gente abasteceu o gás da escola e entregamos alimentos a parte com: leite para as crianças, mingau, bolacha, uma caixa de frango e cesta básica para as crianças que precisavam. Quando elas dizem que estamos forçando a saída delas, a gente entende que essas pessoas não podem ficar na escola. Não é um local adequado. Eles precisam de um lugar com conforto e privacidade”, justificou.

Para ter acesso ao aluguel social, a família precisa fazer um cadastro e disponibilizar uma conta bancária para receber o recurso e repassá-los ao proprietário do imóvel. Ela garantiu que duas famílias já estão com o processo concluído.

Sobre os recursos prometidos pelo senador Lucas Barreto, ela afirmou que o recurso ainda não está disponível, e que tudo está sendo garantido pela prefeitura é com recursos próprios.

Seles Nafes
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