Por ANDRÉ ZUMBI
Os moradores do Bairro Açaí, na zona norte da capital, flagraram equipes de garis em caminhões da Prefeitura da Macapá despejando lixo em uma área não destinada a este fim. A área fica atrás do Centro Especializado de Reabilitação do bairro. A prefeitura afirma que o local servia de depósito provisório antes da transferência em definitivo para o aterro controlado.
Vídeos do flagrante circularam na segunda-feira (30), mas, segundo moradores, o crime ambiental acontece há quase um ano. O local contém restos de construção, móveis como sofás, cadeiras e outros tipos de entulho.
Geisa Ferreira, de 50 anos, mora há 10 anos no local. A casa dela fica bem em frente ao terreno onde o lixo é despejado. Ela diz ter testemunhado muitas vezes o despejo de resto de moveis e lixo de feira na área.
“Com uniforme verdinho mesmo. Ainda ficam bravos, querem brigar com a gente. Não querem deixar filmar, mas está errado. Isso aqui é um bairro. Bem, aí, na frente é um Centro de Reabilitação da prefeitura. No natal, as moscas queriam comer junto com a gente aqui na frente e o odor então, nem se fala”, reclamou a moradora.
A professora Sara Monteiros, de 50 anos, também filmou a ação dos trabalhadores da prefeitura.
“Eles jogam tudo que não presta, até lixo de feira eles jogam aí. A primeira vez que eu vi acontecer isso foi no ano passado. Já denunciamos em várias emissoras de televisão, mas eles não param. Aqui dentro de casa a gente não aguenta de tanta mosca”.
À reportagem, o secretário da Zeladoria Urbana de Macapá, Helson Freitas, justificou que a área tem servido de entreposto nas ações de limpeza do órgão em toda a cidade, mas frisou que o local foi limpo 90 dias atrás. E há dois dias, novamente, a prefeitura voltou a usar o terreno como entreposto.
De acordo com ele, de lá, o lixo é levado para o aterro sanitário de Macapá, localizado na BR-210, a cerca de 16 km do local. Ainda segundo o gestor, algumas pessoas se aproveitam da oportunidade e, à noite, despejam seus lixos domésticos.
Freitas garantiu que o lixo será retirado ainda nesta terça-feira (31) e que não há mais autorização para que a prática continue.
“Vamos retirar tudo, por completo. Não sei se vai dar para tirar tudo hoje, porque não sei se tem equipamento suficiente para retirar tudo hoje, mas até amanhã [quarta-feira] nós terminamos”, garantiu o secretário.