No maior pavilhão do Iapen, polícia busca provas de ordens para matança

Foram 4 mortes em apenas uma noite na guerra entre facções. Na revista de hoje, os policiais encontraram 27 celulares
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Por ANDRÉ ZUMBI

A Secretaria de Segurança Pública do Amapá (Sejusp) fez uma grande revista em um dos pavilhões da penitenciária, na manhã desta quinta-feira (12), um dia após a noite de mortes na guerra entre facções. Os policiais buscavam provas de que os ataques foram ordenados dentro do Iapen.

Quatro pessoas foram mortas em diferentes ações, entre a noite de terça-feira (9) e madrugada de quarta (10), todas no município de Santana.

O pavilhão escolhido para a revista foi F1, o maior do complexo com mais de 350 detentos.  Durante a revista, foram encontrados 27 celulares. Os aparelhos foram encaminhados para a Policia Federal.

O secretário de Segurança Pública, José Mont’ Alverne explicou que o objetivo é desarticular as organizações criminosas que agem de dentro do presidio.

“Não só confirmar do que está acontecendo, mas desarticular. A gente tirando de dentro do presidio os telefones, acabamos por impedir essa comunicação e as ordens que partem de lá aqui para fora”, salientou o secretário. 

Mont Alverne esclareceu que a operação de hoje contou o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Policia Civil e Inteligência da Sejusp. Ele garantiu que as investigações sobre os ataques continuam, e que em breve a população terá novidades.

Policiais militares e civis fizeram a revista

Secretário acompanhou as buscas

Bope usou cães farejadores

Ataques

As execuções começaram ainda noite de terça-feira. A primeira vítima foi Sérgio da Silva Souza, o Baby, no Bairro Paraíso, por volta de 21h40, na esquina da Avenida Dom Pedro I com a Rua Getúlio Vargas. Ele morreu na hora ao ser baleado três vezes nas costas.

O segundo caso ocorreu no Bairro Fonte Nova, por volta de 22h12. A vítima foi Clebson Gomes de Oliveira, de 31 anos. Ele foi assassinado com pelo menos 8 tiros na cabeça e no rosto ao abrir a porta da casa onde morava, na Travessa L9, área de pontes.

O terceiro homicídio foi registrado 30 minutos depois, na Comunidade do Ambrósio, Área Portuária da cidade. Lá, Irlan Sanches Serrão, de 17 anos, estava dentro de casa, na Passagem Jesus de Nazaré, quando foi executado com tiros na cabeça e no peito por quatro bandidos que chegaram invadindo a residência. O crime foi cometido na frente de familiares, inclusive havia crianças no local.

27 aparelhos foram encontrados

A última execução ocorreu por volta de 1h, novamente no Bairro Fonte Nova, onde Carlos Alberto Santos, o “Maraca”, de 37 anos, dormia quando foi morto por dois homens encapuzados.

A Sejusp afirma que a guerra começou com o racha de algumas organizações criminosas que deram origem a novas facções.

Seles Nafes
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