Sem fiscalização, falta de ônibus castiga moradores do Marabaixo

Sem coletivos suficientes e sem fiscalização, serviço acontece de forma precária na comunidade da zona oeste de Macapá.
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Por ANDRÉ ZUMBI 

Sem fiscalização e com tempo de espera nas paradas superior a uma hora, a crise do transporte público de Macapá parece não ter fim. Os usuários do Bairro Marabaixo, na zona oeste, estão entre os que mais sentem o problema.

No terminal de ônibus do bairro, não há fiscal das empresas e nem da Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac). A sala onde esses profissionais ficavam está fechada há mais de um ano, segundo moradores. 

Poucos coletivos atendem a região: apenas 4 veículos disponíveis – o ideal seriam 8. Um motorista que trabalha em uma linha do bairro, que não quis se identificar, contou que a quantidade de carros foi reduzida drasticamente. Segundo ele, os 4 veículos da linha Marabaixo/Universidade foram reduzidos para apenas 2. O mesmo ocorreu com os 4 que faziam o itinerário para o Infraero 2.

A pandemia de covid-19 provocou uma redução na frota que atendia a capital. A saída da empresa Sião Tur em 2022 agravou ainda mais a situação.

A sala onde esses profissionais ficavam está fechada há mais de um ano. Foto: André Zumbi

José dos Santos, de 70 anos, relata que quem trabalha pela manhã precisa pegar o primeiro ônibus do dia às 6h, no terminal. Se perder, segundo ele, o usuário só terá a opção de transporte alternativo ou aguardar o próximo às 8h ou 9h.

“E o pior é que não tem fiscal, nem nada, e quem sofre é a população que paga caro. Estou há mais de meia hora aqui na parada”, reclamou o idoso.

Vera Lúcia, de 48 anos, é servidora pública e depende do ônibus para chegar ao trabalho. Ela avaliou que o serviço está precário.

“Ônibus aqui pro Marabaixo é bem difícil, ainda mais quando a agente tem que se locomover para outro bairro. Quando você tem um dinheirinho, paga uma lotação, mas quando não tem, tem que ficar à mercê dessas empresas”, reclamou a servidora.

Quem perder o primeiro
coletivo do dia, às 6h…

… amarga espera até as 9h no terminal

A CTMac afirmou que não retirou os fiscais das linhas municipais e que o serviço acontece de forma itinerária.

Já o Sindicato das Empresas de Transportes do Amapá (Setap) alegou que desde o início da crise pandêmica, em 2020, os fiscais foram retirados dos terminais. Segundo a entidade, um acordo firmado em 2019 entre prefeitura e a entidade, previa a reforma de cinco terminais de bairros que dariam melhor condição de tralho aos colaboradores da empresa, não foi cumprido.

“O que a CTMac faz, de forma esporádica, é fiscalização nas garagens, mas não tem mais como era antigamente. A gente tem nossos fiscais, mas é pra verificar se o motorista foi trabalhar, se houve algum problema na linha, se faltou veículo”, contrapôs o porta-voz do Setap, Renivaldo Costa.

Seles Nafes
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