Caso Raiane: assassino alega doença mental e estupro, mas é condenado a 24 anos

Júri que terminou às 6h revelou detalhes chocantes sobre o crime
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Por SELES NAFES

Depois de 20 horas de julgamento, os jurados condenaram George de Oliveira Corrêa a 24 anos e seis meses de prisão em regime fechado, pelo homicídio triplamente qualificado de Raiane Miranda de Andrade, ocorrido em julho de 2020 na cidade de Santana, a 17 km de Macapá. A defesa tentou provar que o réu agiu com violenta emoção e que é possuidor de uma doença mental, mas os jurados não aceitaram as argumentações.

O julgamento começou ontem (8) às 8h30, e só terminou hoje quando já passavam das 6h. Parentes, como o avô de Raiane, acompanharam o júri até o final. A defesa foi conduzida pelo escritório Osny Brito e a assistência de acusação pelo escritório Cícero Bordalo Júnior.

Com vídeos e depoimentos, o MP e os advogados de acusação conseguiram provar que George premeditou o crime durante vários dias, inconformado com o término do relacionamento. Imagens mostram ele em um comércio próximo da casa da vítima durante vários dias. Nas imagens é possível ver ele sempre olhando em direção ao imóvel. O vídeo do assassinato também foi exibido.

Um detalhe da perícia que deixou todos chocados demonstrou a violência com que a vítima de 20 anos foi morta. Foram quatro facadas que atingiram a coluna cervical e causaram lesão raquimedular. Por isso, ela caiu no chão instantaneamente como mostrou o vídeo do homicídio. Se tivesse sobrevivido, Raiane teria ficado tetraplégica. O assassino também deixou a faca encravada na vítima.

Avô de Raiane ficou até o final do julgamento. Fotos: Athina Monique

Família de Raiane

Advogados Bordalo na acusação

Durante depoimento, George revelou que foi estuprado dentro do Iapen, e que antes de tudo acontecer sonhava em ajudar os pais sendo jogador de futebol.

A defesa tentou alegar que George sofre com bordeline, um transtorno mental que atrapalha as relações interpessoais. No entanto, não foi apresentado nenhum laudo.

Ao definir a pena após os jurados considerarem George culpado de todas as acusações, a juíza Marina Lustosa passou a determinar a pena de George, que está preso desde o dia do crime. A magistrada levou em consideração, além da premeditação e violência do crime, que o homicídio deixou uma criança órfã, neste caso a filha de Raiane de outro relacionamento que tinha apenas 3 anos.

“Por certo, esse trauma duradouro terá sérias repercussões na formação de sua personalidade, na organização de suas relações interpessoais e até mesmo na definição de sua confiança na humanidade. Forte nessas razões, exaspero a pena por esta circunstância”, comentou a juíza, que também determinou que George continue preso.

Seles Nafes
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