Defesa do acusado de matar ex-namorada tenta levar júri para outra cidade

Raiane tinha 20 anos quando foi morta a facadas por George Corrêa, hoje com 28 anos. Advogados afirmam que julgamento não será imparcial
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Por SELES NAFES

A defesa do acusado de matar a ex-namorada a facadas no município de Santana, no dia 31 de julho de 2020, pediu à justiça o chamado “desaforamento” do júri. Em outras palavras, a intenção da defesa é levar o julgamento para outro município. Portal SelesNafes.Com ainda não conseguiu contato com a Promotoria Criminal de Santana.

George de Oliveira Correa está preso preventivamente desde a época do feminicídio de Raiane Miranda de Andrade, de 20 anos. O crime teve grande repercussão. De acordo com as investigações, ele não aceitava o fim do relacionamento e teria feito várias ameaças até para parentes da vítima.

Na noite do crime, segundo o processo, George monitorou Raiane até a chegada dela em casa, no Bairro Hospitalidade. Das quatro facadas, duas acertaram o pescoço da vítima, que deixou uma filha de três anos.

George foi preso em flagrante horas depois do crime, e a prisão dele foi convertida em preventiva. Hoje, com 28 anos, ele continua preso aguardando o julgamento por homicídio triplamente qualificado. A justiça já negou várias vezes o pedido de liberdade provisória por risco à ordem pública. O júri popular está marcado para o próximo dia 8, em Santana.

A defesa do réu, conduzida pelos advogados Osny Brito, Andrew Lucas, Flávio Medeiros e Diandra Moreira, acredita que a grande repercussão que o caso teve em Santana poderá impedir que o julgamento seja imparcial.

“Esse julgamento será uma das maiores injustiças do judiciário do Amapá, pois Santana não tem condições mínimas de realizar um julgamento imparcial, isento  e justo. Além da esmagadora repercussão social do caso, ocorreram diversas manifestações públicas, carreatas, motociata, reuniões, faixas e camisetas que comprovam a falta de imparcialidade da comarca de Santana para realizar esse julgamento”, avaliou Osny Brito.

George foi preso horas depois. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Velório foi marcado por forte comoção em Santana 

O pedido de desaforamento foi ajuizado no Tribunal de Justiça do Amapá, com base no Artigo 427 do Código de Processo Penal, que prevê transferências de cidades quando houver dúvida da imparcialidade do júri.

“Apresentamos no pedido diversas provas das reuniões com grandes número de pessoas, além disso, eu mesmo cheguei a ser ameaçado, por conta da defesa, e o próprio prefeito Bala Rocha de Santana assinou uma lei com o nome da vítima e tem foto apoiando os familiares da vítima, demonstrando a repercussão do caso, sendo Santana uma comarca que todos se conhecem”.

Seles Nafes
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