Escoamento de ‘rejeito’ de manganês agrava situação da perimetral norte

Tráfego de veículos ficou ainda mais caótico com o escoamento feito por 150 caminhões, 24h por dia
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Por SELES NAFES

A parte não pavimentada da BR-210, rodovia federal que liga Macapá a Serra do Navio por 220 km, está sendo destruída pelo escoamento de minério, a partir de Serra do Navio. O estrago é feito por dezenas de caminhões, num esquema de transporte que funciona dia e noite.

O Portal SelesNafes.Com apurou que o transporte é realizado por 150 grandes caminhões, 24 horas por dia. O pesado dos caminhões castiga ainda mais o pior trecho da rodovia, entre Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Nesta parte, a BR-210 é chamada de Perimetral Norte.

Os caminhões estão abrindo crateras na rodovia e criam pontos de atoleiro, aumentando o sofrimento de viajantes que normalmente já precisam lidar com as péssimas condições da estrada.

Para piorar a situação, as pontes de madeira no trajeto estão no limite, aumentando o risco de um acidente que possa isolar toda a região do restante do estado. As condições da estrada agravadas pelo trânsito dos caminhões carregados de minérios geram filas gigantescas de veículos. Não há empresas de manutenção auxiliando motoristas, especialmente de carros pequenos, a passar pelos atoleiros.  

O rejeito de manganês estava estocado em Serra do Navio desde o fim dos anos 1990, quando a Icomi deixou o Amapá. O minério (dezenas de milhões de toneladas) foi motivo de uma disputa que se arrastou durante quase três décadas nas justiças federal e estadual. No ano passado, a Ecometals conseguiu decisões judiciais nas duas esferas permitindo o transporte, com a condição de os municípios receberem compensação financeira.

Filas em vários pontos de atoleiro. Fotos: Luan Silva

Horas de espera. Foto: Reprodução

No meio dessa discussão, esqueceram de tratar sobre a estrada por onde o minério seria retirado. O caminho natural do escoamento seria pela estrada de ferro e pelo porto da antiga Icomi. A linha férrea está abandonada desde 2010, e o porto desabou em 2013 quando estava sob responsabilidade da Anglo American.

Por isso, o escoamento até navios no Porto de Santana é feito por via terrestre. O responsável pelo escoamento é o Grupo Cibra, que reúne várias empresas do setor.

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