Por ANDRÉ SILVA
Pesquisadora do Instituto de Pesquisa Científica e Tecnológicas do Amapá (Iepa), a bióloga Josiane Müller acalmou os moradores do Bairro Infraero 2, na zona norte de Macapá, que estavam preocupados com uma infestação de insetos no local.
Eles acreditavam que os pequenos bichos surgidos às centenas no perímetro da Avenida Maria Cavalcante de Azevedo Picanço com Rua Ubiraci de Azevedo eram da espécie transmissora da doença de chagas, o barbeiro.
No entanto, na noite de quinta-feira (23), horas depois do Portal SelesNafes.com registrar a aflição dos moradores, ela foi até o local e esclareceu que os insetos, apesar da grande semelhança com o barbeiro, são, na verdade, um tipo de percevejo. Eles ficaram mais aliviados.
Nas últimas duas semanas, os insetos começaram a invadir casas e apareceram por toda parte da rua. A agonia dos moradores aumentou depois que entraram em contato com a Vigilância Sanitária municipal, mas não obtiveram ação de retorno do órgão.
Mas, Müller, que trabalha na pesquisa desse tipo de inseto, tranquilizou a comunidade. Ela ensinou a eles a diferença entre os dois animais e foi enfática em afirmar que os insetos proliferados no local são inofensivos.
“Eles não transmitem a doença de chagas. O aparelho bucal dele não está adaptado para se alimentar de sangue igual o barbeiro. Então, como ele não se alimenta de sangue, não tem protozoário em seu intestino e, consequentemente, nas suas fezes”, explicou a pesquisadora.
Ela ressaltou, ainda, que pelo fato dos bichos serem muito parecidos na aparência, acabam as pessoas acabam os confundindo.
“Esses que foram encontrados, são percevejos. Mas são inofensivos para a nossa saúde. Já o barbeiro, nós temos que tomar cuidado, porque caso a gente encontre, não pode matar. Tem que entregar para o serviço de saúde, como Vigilância Ambiental, Lacen, SVS, e, no Iepa, a gente recebe esses insetos”, orientou Müller.
O artesão Cleber Miranda, que estava extremamente preocupado com a situação, agradeceu a ida da pesquisadora ao local e aos esclarecimentos dela.
“Ela já chegou abrindo logo a caixa dela e mostrando pra gente o mostruário que ela tem dos barbeiros. É muito parecido. São detalhes que só biólogo identifica de cara. Depois que você obtém a explicação, se sente mais tranquilo. Ela disse que têm muitas espécies de barbeiros e aquela não é uma delas. Ainda bem”, disse, aliviado, o morador.