Neta que ‘limpou’ a conta do avô em R$ 100 mil fica calada na delegacia

Segundo a delegada que investiga o caso, a acusada deixou apenas R$ 50 na conta do idoso. Ela foi indiciada por furto
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Por ANDRÉ ZUMBI

A Polícia Civil do Amapá indiciou por furto, na terça-feira (28), uma mulher de 25 anos que teria desviado da conta do avô, de 76 anos, cerca de R$ 100 mil. O valor era da venda de um imóvel que pertencia ao idoso somados a uma quantia que ele já tinha na poupança.

Segundo a delegada Cássia Costa, titular da 5ª Delegacia de Polícia, o idoso mora com dois filhos, mas era a neta (que não mora com ele) quem fazia os serviços bancários. Ele procurou a delegacia em janeiro para denunciar o crime. 

Os desvios ocorreram de outubro (mês da venda do imóvel) a dezembro, e houve dias, segundo a delegada, de a neta fazer quatro transferências. O imóvel foi vendido no valor de R$ 80 mil, mas já havia na conta uma outra quantia.

“Ela nunca ia sozinha ao banco. Ele sempre ia junto. Ela fazia a transação e sempre devolvia o cartão pra ele. Só que a pessoa com os dados da conta e a senha consegue baixar o aplicativo para poder movimentar no próprio celular e foi isso que ela fez”, relatou a delegada.

Com o aplicativo instalado e acesso total à conta do avô, a mulher passou a fazer as transferências diariamente. Segundo a delegada, eram valores que variavam de R$ 1 mil a R$ 5 mil reais.

“Ele, como nunca tinha tido tanto dinheiro assim na conta, sempre pedia pra ela mostrar quanto o valor já havia rendido e ela sempre dava uma desculpa dizendo que o extrato nunca saía. Como ele nunca conseguia saber, decidiu chamar um dos filhos para ir com ele ao banco pra ver. Chegou lá só tinha 50 reais na conta dele”, explicou a delegada.

Delegada Cássia investiga o caso. Fotos: André Silva/SN

A delegada assegurou que não tinha como a neta negar que havia feito as transferências, pois os extratos mostraram o destino do dinheiro. Ela foi chamada para prestar depoimento, mas permaneceu em silêncio.

A jovem foi indiciada pelo crime de furto. A delegada disse que na DP sempre aparecem casos similares a este, onde o idoso pede ajuda de alguém para fazer serviços bancários. Ela acredita que pelo fato de serem de idade avançada, pensam que não têm mais comando da própria vida, e transferem a responsabilidade para outros.

Seles Nafes
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