‘Tenho sangue de matador’: conselheiro tutelar é acusado de torturar a filha

Caso ocorreu no município de Pedra Branca do Amapari. O pai, que também é pastor, foi indiciado
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Da SELES NAFES

Quem deveria ser exemplo de proteção a menores de idade, na verdade atuava como um carrasco dentro da própria família. Um conselheiro tutelar de Pedra Branca do Amapari, cidade a 180 km de Macapá, está sendo acusado de torturar fisicamente a própria filha, de apenas 13 anos. Nesta segunda-feira (27), ele foi indiciado pela Polícia Civil do Amapá pelo crime de tortura.

O nome dele está sendo mantido em segredo, mas o crime teria ocorrido em agosto do ano passado. O caso foi investigado pelo delegado Antério Almeida, que só recebeu a denúncia em novembro por meio da mãe e da adolescente. Segundo o delegado, elas alegaram que temiam um ato de violência ainda pior, em função de seu perfil agressivo do conselheiro.

Segundo as investigações, no dia da tortura a adolescente estava com amigos em casa quando o conselheiro tutelar chegou. Motivado por uma crise de ciúmes, ele teria ordenado que todos deixassem a residência, com exceção da filha.

“Em seguida, mandou que a adolescente ficasse nua e de joelhos. Com galhos de uma árvore, começou a torturá-la, dizendo a todo momento que tinha sangue de matador. Só parou quando os galhos quebraram. Eu o indiciei por tortura por duas características desse crime: o castigo e o intenso sofrimento físico causado”, explicou o delegado ao Portal SN.

Tortura só terminou com os galhos quebraram. Foto: Divulgação/PC

Fotos

As fotos das marcas das agressões foram tiradas por uma tia. No início, a menina, com medo do pai, não levou o caso à mãe. No entanto, depois que contou, as duas procuraram a polícia. O delegado Antério Almeida abriu inquérito e chamou o pai da menina que, além de conselheiro tutelar, também é pastor evangélico. 

Ele confessou a autoria das agressões, mas tentou relativizar o ato de violência.

“Disse que apenas tinha dado uma ‘pisa’ na menina. Ele só parou as agressões com os galhos quebraram”, recordou o delegado, que se disse surpreso com a acusação contra o conselheiro, que em público sempre demonstrava ser tranquilo e educado com as pessoas. 

Delegado Antério Almeida:

O conselheiro e pastor foi indiciado pelo crime de tortura, com o agravante da vítima ser uma adolescente. O delegado encaminhou o inquérito para o Ministério Público, que poderá ou não oferecer denúncia contra o conselheiro e pastor.

O Portal SelesNafes.Com também apurou que Pedra Branca do Amapari possui cinco conselheiros tutelares. Desses, três são pastores evangélicos. A esposa pediu uma medida protetiva contra o marido, que saiu de casa após à denúncia na polícia. 

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