União de cooperativas pode produzir 4,8 mil toneladas de açaí por ano no Amapá

A ideia é fornecer para a rede pública de ensino um dos produtos mais importantes da mesa do amapaense
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Da Redação

A Cooperativa Central de Produtos da Biodiversidade da Amazônia, Bioamazon, união de seis cooperativas que abrigam mais de quatro mil produtores de açaí, começou a lutar para fornecer, principalmente às escolas públicas, o açaí, que é um item importante da merenda regionalizada. Garantindo alimento de qualidade para os estudantes e melhor faturamento para os extrativistas.

A Bioamazon, afirma que tem capacidade de produzir de 4.800 toneladas do fruto ou 1.800 toneladas de polpa de açaí médio para atender demanda local. Detalhe: desses totais apenas 10% são comercializados no Amapá por falta de incentivos.  Agora essa união de cooperativas tem estrutura técnica e financeira para negociar com os entes públicos. 

A Lei nº 11.947 determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar.

“O cumprimento dessa lei representa mais dinheiro no bolso e mais qualidade de vida para o produtor”, destacou o presidente da Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique e do Beira Amazonas (Amazonbai), Amiraldo Picanço.

Cooperativas ganham força no mercado. Fotos: Bio Amazon

E neste processo de gestão, logística de entrega e comercialização do açaí entra a Cooperativa Central que estabeleceu uma parceria com a empresa Namazon, o que eles chamam de braço empresarial.

CEO da Namazon, Raimundo Capiberibe, explicou que o extrativista precisa vender o açaí e receber no mesmo dia, porque seu ganho é diário. Então, se tornava complicado vender para entes públicos, em virtude da demora do repasse dos recursos.

“A Bioamazon, paga na hora. Essa é a diferença. E nós, repassaremos o açaí para o governo usar na merenda regionalizada. Mas, não é só isso. A Cooperativa Central agrega valor com assistência técnica, jurídica e social e vai gerar dividendos aos cooperados a partir da industrialização do açaí”, destaca Raimundo Capiberibe.

Outro que aposta na Bioamazon, é o presidente da Cooperativa de Produtores Agroextrativistas do Município de Afuá, Manoel de Nazaré.

“Vamos garantir que o açaí seja oferecido como merenda escolar. O poder público tem a obrigação de comprar dos produtores o mínimo de 30% e com a Cooperativa Central teremos essa condição. Ganha o governo e ganha o extrativista”, destacou.

O coordenador do Conselho de Administração do Sindicato das Cooperativas do Estado do Amapá, Gilcimar Pureza, afirmou que a Bioamazon vai evitar até que o açaí suba tanto de preço, como ocorre em algumas épocas do ano e ao mesmo tempo permitindo de fato de que o produto entre na política de segurança alimentar das crianças.

Ecologicamente correto

Os copos onde será servido o açaí para consumo nas escolas, por exemplo, são biodegradáveis e seu diferencial é utilizar como matéria-prima fontes renováveis como soja, amido de arroz, amido de milho e cana-de-açúcar, ao invés de matéria-prima danosa ao meio ambiente.

Seles Nafes
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