Amapá participa de retomada de diálogo entre Brasil e França

Representantes do governo francês estiveram em Macapá antes dos exercícios militares na fronteira; Amapá tem pautas próprias
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Por SELES NAFES

Um almoço oferecido pela 22ª Brigada de Infantaria do Exército no Amapá simbolizou a retomada de diálogo entre o Brasil e a França, no início da tarde desta sexta-feira (14). Estavam à mesa representantes de Estado e autoridades militares dos dois países, que farão exercícios de guerra na fronteira, neste fim de semana.

A comitiva de cinco senadores e adidos militares chefiada pelo ministro da Embaixada da França no Brasil, Olivier Fontan, encerra no Amapá uma missão diplomática que começou em Brasília com uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O grupo foi recepcionado no Aeroporto Internacional de Macapá pelo governador Clécio Luís (SD) e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), além do comando do Exército na região.

Em seguida, o grupo se dirigiu ao Palácio do Setentrião para um evento mais formal. O Amapá tem um interesse particular na retomada do diálogo entre os dois países por uma razão geográfica natural. Os amapaenses acreditam que a discussão sobre o tráfego na ponte binacional e a emissão local de vistos irão intensificar o comércio de produtos entre Amapá e Guiana Francesa.

De acordo com dados da Secretaria Extraordinária de Relações Internacionais do Amapá, produtores e comerciantes amapaenses venderam mais de R$ 5 milhões em mercadorias para a Guiana em 2022, por meio da ponte binacional. Com regras mais flexíveis e mais facilidade para vistos, a avaliação é de que esse faturamento poderia ser muito maior.

Governador Clécio e ministro da Embaixada da França, Olivier Fontan, com adidos militares franceses e oficiais brasileiros. Fotos: Seles Nafes

Depois do almoço, comitiva foi recebida no Palácio do Setentrião. Foto: Fabiana Figueiredo/Secom

Exército Brasileiro participará de exercício conjuntos com a França na fronteira. Foto: Seles Nafes

Antes de discutir essas e outras pautas, no entanto, o Amapá quer contribuir para que a linha de comunicação com a França volte a ser efetiva, o que não aconteceu durante o governo Bolsonaro.

“Existem problemas comuns dos dois lados, e estamos recuperando um tempo perdido que prejudicou muito o Amapá depois de 100 anos de diálogo com a França. Essa relação se consolidou nos anos 1990, mas virou uma relação de animosidade por iniciativa do governo brasileiro. Nós estamos reconstruindo uma relação que havia sido perdida”, comentou o senador, que ressaltou a importância da Guiana para a economia de Oiapoque.

“Vamos restabelecer ações de cooperação no comércio, cultura e muita coisa que ficou perdida”, acrescentou. 

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