Após vencer o câncer, adolescente volta para casa e é recebida com festa

Menina foi diagnosticada com câncer na cabeça aos 12 anos
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Por ANDRÉ SILVA

Neste sábado (8), o Dia Mundial de Combate ao Câncer foi diferente para uma família do Amapá. O lar voltou a ter a alegria de Maria Luiza, de 14 anos, diagnosticada com câncer de cabeça. Foram dois anos e três meses de tratamento em São Paulo, numa trajetória que mostra que nem sempre o diagnóstico da doença é uma sentença de morte.

Os sintomas apareceram perto de completar 12 anos. Dores de cabeças constantes, náuseas e a idade da puberdade levaram os médicos a acreditar que se tratava de mudanças hormonais. Só que no dia 4 de dezembro de 2020, ela teve uma crise. Maria foi levada às pressas para o pronto atendimento de um hospital particular em Macapá, onde foi solicitado um exame de tomografia com contraste.

O resultado mostrou que a adolescente tinha uma lesão no cérebro que estava provocando hidrocefalia na menina. A doença ocasiona o acúmulo de líquido no crânio. Luiza precisava de uma cirurgia.

O período em que a menina apresentou as crises foi marcante para a família, pois o estado atravessava a terrível pandemia de covid-19. Eles procuraram um neurocirurgião, que fez o primeiro tratamento em duas etapas.

“Ele implantou uma válvula para afazer a drenagem do líquido da cabeça dela, depois de uma semana ele fez a cirurgia. Ele explicou pra gente que essa etapa era por conta dele, mas se precisasse fazer rádio ou quimioterapia – dependendo do resultado da biópsia – teria que ser fora do estado”, explicou Marcos André, pai da Luiza.

Luiza e o pai André: abraço mais do que especial

André: chão se abriu após diagnóstico durante a pandemia

O resultado da biópsia deixou os pais sem chão. A situação piorou quando eles descobriram por meio da Unidade de Oncologia do Amapá (Unacon) que o tratamento da menina não estava disponível no estado. A data era 4 de dezembro de 2020.

“O médico que atendeu a gente disse que o tratamento (radioterapia) para a minha filha não tinha no estado e que tínhamos que procurar outro centro. Foi quando a gente conheceu a ONG Carlos Daniel. O Agenilson (presidente da ONG) nos deu todo o suporte. Ele passou por isso, mas não conseguiu salvar o filho. Mas depois disso ele se reergueu e fundou essa ONG, graças a Deus”, relembra aliviado o pai.

Após a alta, na quinta-feira (6) a família recebeu Maria Luiza no Aeroporto Internacional de Macapá com muita festa. Agora, ela vai precisar voltar ao hospital a cada 2 meses para a manutenção do tratamento.

Esse prazo vai ficando mais longo no decorrer do tempo até completar 10 anos de acompanhamento, que é quando ela pode se considerar definitivamente livre da doença.

No Amapá, de acordo com dados da ONG Carlos Daniel, mais de 40 crianças e adolescentes são diagnosticadas com câncer todo ano. Elas precisam procurar outros estados para buscar tratamento. Atualmente, 56 crianças e adolescente são acompanhadas pela instituição.

Luiza entre família e amigos: alegria de volta

A Maria Luiza foi tratada no hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, em São Paulo. Todo o tramite da transferência foi articulada pela ONG.

O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo e foi responsável por 9,6 milhões de óbitos no planeta em 2018. A estimativa do Instituto do Câncer (Inca) é que 625 mil novos casos da doença sejam notificados a cada ano, entre 2020 e 2022.

O dia 8 de abril foi escolhido para conscientizar as pessoas sobre cuidado com a saúde e a buscar novos hábitos, como exercícios físicos e boa alimentação.

Seles Nafes
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