Caso Barão: intenção de jovens com ameaças de ataque era vingança, diz polícia

Polícia apreendeu armas, máscaras e telefone utilizados na live feita por adolescentes que causaram temor na comunidade escolar.
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Por ANDRÉ SILVA

A Polícia Civil do Amapá identificou os adolescentes, apreendeu as armas e as máscaras usadas por eles nas ameaças de ataques a escola estadual Barão do Rio Branco, em Macapá, feitas na internet, no último dia 1º de abril.

Os jovens têm 15 e 16 anos. Eles confessaram a responsabilidade do vídeo que foi transmitido ao vivo por um perfil do Instagram. Segundo a polícia, as armas são falsas. Os celulares usados na live também foram apreendidos.

A delegada à frente do caso, Daniela Graça, titular da Delegacia Especializada em Investigação de Atos Infracionais (Deiai), não quis confirmar se os adolescentes são alunos da escola e, por causa da Lei de proteção à criança e ao adolescente, também não revelou a identidade dos infratores.

Em depoimento, os menores disseram ter se metido em uma discussão em um grupo de WhatsApp – criado dias antes dos fatos – de alunos do Barão e de outras escolas. Depois do desentendimento virtual, os dois jovens decidiram fazer uma ‘brincadeira’ para se vingar.

Polícia apreendeu as armas e as máscaras…

… usadas por eles nas ameaças de ataques. Fotos: Reprodução e Ascom/PC

“A intenção deles era de aterrorizar a comunidade escolar”, resumiu a delegada.

Ela afirmou que ainda não pode tipificar os delitos praticados pelos adolescentes sem antes finalizar o inquérito. Mas adiantou que eles responderão, pelo menos, pelo ato infracional equivalente ao crime de falsidade ideológica, por usarem identidade de outras pessoas nas redes sociais.

Ela enfatizou que adolescentes e crianças não têm direito à privacidade na internet e que é responsabilidade dos pais o monitoramento das ações deles na web. Pontuou que os pais também podem ser responsabilizados pelos atos dos filhos, haja vista que os aparelhos são cadastrados nos nomes dos responsáveis pelos menores.

“O adolescente não tem privacidade. Ele não tem privacidade no seu celular. Os pais e responsáveis podem e devem monitorar as atividades dos filhos na Internet, para evitar situações como essa que acabam afetando toda a sociedade”, reforçou.

Delegada Daniela Graça: “Pais e responsáveis devem monitorar as atividades dos filhos na Internet”

Os jovens não foram apreendidos porque não estavam em situação de flagrante. Eles vão responder ao processo em liberdade e aguardarão a decisão da justiça da infância e adolescência. Os pais deles deram apoio às diligências realizadas pela polícia e contribuíram com as investigações.

A delegada pediu que todas as pessoas que tomarem ciência de ameaças de ataques, que organizem o maior número provas possíveis, como vídeos, e registre um Boletim de Ocorrência.

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