Inclusão agora, ou nunca mais

Idosa do Amapá foi tema de reportagem em 2019: Brasil tem 33 milhões de pessoas com dificuldades para se alimentar e 15 milhões sem absolutamente nada para comer
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Por ARTEMIS ZAMIS, empresário e articulista

Sem dúvida, um dos maiores desafios para esse novo governo entre outros desafios é a inclusão social, que nos últimos anos teve abandonados todos os programas que ajudavam as minorias, pretas, famintos, LGBTQIA+, moradores de rua, levando todas essas pessoas a uma situação mais caótica ainda.

Há de se compreender que o mundo todo passou, e ainda passa, por momentos cruciais nesse aspecto, muito ainda em face da pandemia da covid-19 que desequilibrou economias e afetou individualmente cada um de nós, quer seja na família, no trabalho, na escola. Segundo dados do relatório “A desigualdade Mata” da Oxfan, mais de 160 milhões de pessoas no mundo, foram empurradas para a linha da pobreza.

Dados do IBGE revelam que o novo governo recebeu o país com 33,1 milhões de pessoas em escassez de alimentos e 15 milhões sem absolutamente nada para se alimentar. No mundo, as economias se recuperaram ou se recuperam a passos largos. Aqui, essas pessoas foram largadas à própria sorte com suas famílias.

Há de se elogiar o empenho do novo governo em reimplantar vários programas sociais abandonados como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, com regras mais abrangentes que torcemos para que seja eficiente e promova uma maior inclusão social. Não existe democracia nem economia forte, em um país que abandona seu povo. A desigualdade é a tormenta de nossos dias e com certeza, o mal que assola grande parte da humanidade.

Nos últimos dias, temos verificado com tristeza e assombro centenas de brasileiros trabalhadores em situação análoga à escravidão em vinícolas, em fazendas, em várias empresas que adotaram a ordem: “ou direito trabalhista ou emprego”. Não é esse o país que queremos.

A despensa de família com dificuldades em Macapá. Foto: André Silva/SN

O “Somos todos iguais perante a Lei” não é só para estar na Constituição. Deve estar nas empresas, nas ruas, nas cabeças dos empregadores, nas escolas e na sociedade como um todo. Não temos mais que normalizar que um preto seja um alvo da polícia ou de um agressor branco. Não dá mais pra tolerar que um empregador branco humilhe e escravize seus empregados. Que uma família mantenha uma empregada doméstica em trabalho análogo a escravidão por anos a fio.

Queremos a inclusão social. Queremos um país de todos e todo brasileiro tem o direito de lutar por esse direito inalienável. O bem-estar social é obrigação do Estado, e ao menos por agora vemos algo ser feito para minimizar tão grave problema que afeta a todos nós.

Pedra Branca do Amapari, interior do Amapá, em 2020: pandemia empurrou milhões para a linha da pobreza

O Brasil é talvez o maior celeiro mundial, alimentando 1 bilhão de pessoas, utilizando apenas 7% de seu território para a lavoura e não é justo que tenhamos 33 milhões de irmãos em insegurança alimentar. O Brasil é um continente fabuloso, com um bioma invejável, lindas e robustas florestas, terra fértil e com um volume de água doce que nem um outro país tem.

 Por tudo isso temos obrigação de comer, sim, três vezes ao dia e ter uma vida digna. E que seja agora, sem mais demora.

Por vida digna, por uma sociedade justa, por dignidade por nossas famílias, Inclusão agora.

ARTEMIS ZAMIS escreve todos os fins de semana para SelesNafes.Com

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