Irmãos eram torturados por mãe e padrasto usuários de crack, diz polícia

Mãe dos meninos de 3 e 6 anos foi presa em flagrante após abandonar as crianças na rua. Fotos: Polícia Civil/AP
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Por SELES NAFES

Duas crianças de Oiapoque, cidade a 590 km de Macapá, estavam vivendo o inferno nas mãos da mãe e do padrasto, ambos viciados em drogas. Com visíveis sinais de espancamento, elas foram abandonadas na rua e a mãe acabou sendo presa.

O caso ocorreu ontem (13), depois que moradores passaram a divulgar em grupos de WhatsApp fotos de duas crianças encontradas abandonadas na rua do Bairro Infraero, ao lado de uma lixeira doméstica. Uma mulher levou as crianças ao Ciosp.

Na delegacia, os meninos de 3 e 6 anos emocionaram os policiais ao contar o que aconteceu. Eles tinham sido descartados como lixo, colocados para fora de casa até com bagagem. Eles também causaram assombro ao relatar a rotina em casa.

“Eles disseram que a mãe fuma pedra (crack) e droga, desse jeito. Ela e padrasto. E que sempre apanhavam de cabo de vassoura e pedaços de pau”, lembra o delegado Charles Corrêa, que investiga o caso.

O delegado e uma equipe foram até a casa da família e conversaram com vizinhos que demonstraram estar indignados. Eles confirmaram os horrores a que eram submetidos os meninos.

“É uma situação que ultrapassa a noção de maus-tratos. A lei é clara em caracterizar o intenso sofrimento físico e psicológico como tortura”, explicou o delegado, que agora tenta tomar o depoimento do padrasto, que ainda não foi localizado.

Mãe foi presa em flagrante

Crianças foram deixadas com uma mochila ao lado de uma lixeira

…com sinais de espancamento

Moradores estavam procurando pelos pais em grupos de WhatsApp

A mãe se apresentou no mesmo dia na delegacia acompanhada de um pastor evangélico, mas recebeu voz de prisão do delegado. Corrêa acredita que ela não estava sob efeito de drogas quando decidiu abandonar as crianças ao lado da lixeira e com uma mochila

“Estava bem ciente quando deixou as crianças. Não tinha nenhum sinal de alteração psicomotora”, avalia.

As crianças foram entregues ao Conselho Tutelar, que decidirá com quem elas irão ficar.

Seles Nafes
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