Por SELES NAFES
Um filme que está sendo usado pela Petrobrás em reuniões de apresentação revela detalhes do projeto “Margem Equatorial -Amapá Águas Profundas”. A empresa, que aguarda licença ambiental do Ibama, pretende perfurar um poço num local do Oceano Atlântico que tem 2,9 mil metros de profundidade. A empresa afirma que no leito não há sinais de corais, apenas de “lama”.
A existência de corais supostamente vivos foi a principal argumentação de ONGs como o Greenpeace no lobby contra a francesa Total, que teve negado o licenciamento pelo Ibama várias vezes e acabou levando o projeto para a Guiana Francesa, onde já produz petróleo. Por conta da atividade, a Guiana é o país da américa do sul que mais cresceu economicamente nos últimos dois anos.
O projeto anterior da Total ficava na foz do Rio Amazonas, a 540 km do ponto onde, agora, a Petrobrás pretende fazer a perfuração. O navio plataforma estará a 1h de helicóptero de Oiapoque, primeira cidade brasileira ao Norte, e que servirá de base logística.
O projeto tem sido defendido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, que passou a intensificar o corpo a corpo num trabalho de convencimento no Congresso e no próprio governo federal. Randolfe diz estar convencido de que o projeto é seguro ambientalmente e gatilho para uma revolução econômica na região pelos próximos 50 anos.
O local de perfuração almejado pela Petrobrás fica na chamada Margem Equatorial, que compreende toda a área entre o Amapá e o Rio Grande do Norte.
Na mesma placa tectônica da Margem Equatorial estão países como Colômbia, Trinidad e Tobago, Guiana Francesa, República da Guiana e Suriname, onde companhias estão fazendo descobertas e já iniciaram a produção.
No Amapá, a Petrobrás tem quase certeza de que existem reservas gigantescas de Petróleo comparáveis somente ao Pré-Sal, mas precisa de autorização para perfurar o primeiro poço de pesquisa. Enquanto aguarda o sinal verde, a empresa já realizou mais de 70 audiências públicas em comunidades do Amapá e do Pará que serão impactadas pela atividade.