Sobre os monstros e a política burra

O estado ainda não acertou a mão sobre medidas para prevenir mais casos de violência dentro das escolas
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Por ARTEMIS ZAMIS

Neste “Fim de Semana Santo”, tido como período para reflexões sobre o que somos, o que fazemos, o que queremos, não podemos prosseguir sem pararmos pra refletir sobre a lamentável tragédia da Escolinha Cantinho Bom Pastor de Blumenau-SC onde um monstro premeditou, organizou e executou o plano para matar 4 crianças de 4 a 7 anos, deixando outras cinco feridas.

Não sou psiquiatra, psicólogo ou neurocientista para tecer aqui comentários sobre o perfil comportamental que levou este monstro a praticar tamanha atrocidade. O que sei, e isso é fato certo e comprovado, é que como ele muitos outros estão já entre nós e outros tantos sendo formados nos mais diversos ambientes obscuros da internet, ou até mesmo no seio de famílias desequilibradas que, por incrível que pareça, não são poucas.

Precisamos refletir sobre o novo papel da escola, do ensino e da educação que precisamos ter. Vivemos a era da manipulação do pensamento e do ódio nosso de cada dia. Líderes do mal têm na mídia perdida, toda a liberdade para expor seus mais terríveis pensamentos de ódio e trabalham incansavelmente para que o ódio e o absurdo sejam paulatinamente naturalizados sem que percebamos.

O mundo vive suas tragédias diárias das mais variadas desde sempre. Vivemos recentemente a tragédia do estado islâmico degolando inimigos em frente às câmeras de TV. Eram pais de famílias, na sua grande maioria jornalistas (e cristãos) que só estavam exercendo suas funções.

Tragédias como os atentados do 11 de setembro nos Estados Unidos, sequestro estupro e morte de estudantes e crianças africanas pelo Boko Haram na Nigéria, o massacre de Suzano-SP de 13 de março de 2019 (onde 2 ex-alunos executaram 5 alunos e duas funcionárias) e tantas outras tragédias que não dá pra relacionar em tão poucas linhas aqui.

Massacre na escola de Suzano (SP), em 2019

Passam-se os dias e nos damos conta de que tudo isso apenas passou, nada foi feito e outras tragédias surgem e outras tantas irão acontecer e continuamos assim, inertes, estupefatos, petrificados momentaneamente até que outra surja para esquecermos da anterior. Não dá mais.

O estado precisa se mover e nós como povo não podemos mais normalizar o absurdo. Cabe ao estado a tarefa de nos proteger e nos dá segurança. A criação de programas de combate à manipulação de ideias e de ódio terá que ser definitivamente extirpada dos meios de comunicação, das escolas, do trabalho e da sociedade como um todo. Chega de propagar o ódio e o estado precisa urgente de leis que possam esclarecer o que é de fato liberdade de expressão e liberdade de opinião.

Por incrível que possa parecer, grande parte das pessoas perdeu a capacidade de discernimento destes dois polos de pensamento.

A tragedia de Blumenau machuca demais qualquer ser dito humano. Atinge em cheio nossa capacidade de raciocínio e de comportamento. As famílias envolvidas nesse triste e monstruoso episódio, tiveram suas vidas mudadas em definitivo e por isso a reflexão de hoje é para que haja mudanças na política, nas Leis, na justiça e que seja com toda celeridade possível.

Homenagens em frente à escola onde 4 crianças foram mortas

Não precisamos de regras simplistas de armar professores e fixar policiais dentro das escolas. Isso, definitivamente, não resolve absolutamente nada, fomentando apenas mais possibilidades de repetições de tragedias similares.

Rondas ostensivas em volta destes estabelecimentos com um bom aparato de inteligência pode e muito, conter e evitar que esses eventos possam proliferar e voltem a ocorrer com mais famílias sendo dizimadas ou com perdas de entes queridos.

Precisamos, sem trégua, cobrar o estado e suas instituições para que sejam implantadas estratégias eficazes. Pais não podem mais deixar seus filhos nas escolas e não tê-los mais de volta em casa.

Não ao ódio, não à mentira, não à política burra, não à violência!

Seles Nafes
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