Por ANDRÉ SILVA
O surto de gripe no Amapá continua vitimando crianças. No último dia 20, mais duas morreram, elevando para seis o número de vítimas fatais desde o início do surto no começo do mês.
Uma dessas duas últimas já chegou morta ao hospital após passar muito mal em casa, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O número de internados continua alto no Pronto Atendimento Infantil (Pai), no Hospital da Criança e Adolescente (HCA), e no Pronto Socorro do Município de Santana, a 17 km de Macapá. Essas são as principais unidades que disponibilizam UTIs para as 36 crianças intubadas.
Todos os dias, pacientes recebem alta da UTI, mas a oferta ainda é menor que a demanda. A esperança da gestão estadual é que nos próximos dias a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), administradora do HU ative, nos próximos dias, 10 leitos de UTI e 20 clínicos.
A entidade recruta profissionais, sobretudo intensivistas, para atuarem no Amapá. Esta semana, a Sesa espera que 100 profissionais desembarquem no estado para atuarem nessa frente.

Corredores continuam cheios. Fotos: André Silva/SN
Sobre a criança que morreu a caminho do PAI, a secretária de saúde, Silvana Vedoveli, mandou um recado a pais e responsáveis. Ela lamentou porque o quadro da criança agravou em casa e ela não chegou em tempo hábil para ser salva.
“Não deixe a criança agravar. Criança está com febre, tosse, com falta de ar, está cansada, procure uma unidade hospitalar. Isso é muito importante. Nossa missão é salvar vidas”, alertou.
Silvana disse que existem crianças se recuperando, mas ainda há aquelas que esperam pelo atendimento, por isso a urgência em abrir novos leitos.
Dos 249 leitos existentes no HCA, 131 são ocupados por pacientes com síndrome respiratória aguda e 36 leitos são de UTI. Na sala vermelha do PAI, há 6 crianças aguardando liberação de leitos de UTI para serem transferidas.
“Essa demanda de pacientes ainda tem sido grande em todo o estado”, pontuou a secretária.

Secretária de saúde, Silvana Vedoveli: “Criança está com febre, tosse, com falta de ar, está cansada, procure uma unidade hospitalar”
Cobertura vacinal
A boa notícia é que a cobertura vacinal melhorou no estado e está próximo da marca de 50%. No dia 13 de maio, quando foi decretada situação de emergência no estado, apenas 16% da população com idade vacinal havia sido imunizada contra influenza. Atualmente, esse índice já passa de 46%.
Oiapoque, Calçoene, Amapá, Laranjal do Jari, Porto Grande e Pedra Branca apresentam os melhores índices, passando de 60%. Pracuuba, Cutias e Mazagão não chegaram a 40% da cobertura.
Já a capital, Macapá, apresenta 45% de cobertura. Os dados são do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do MS.
A Sesa e a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) solicitaram 100 mil doses da influenza para o estado.