Ex-motorista da família Barcellos recebia salários da Alap e Câmara, diz MP

MP cobra ressarcimento e pede condenação do ex-deputado Alexandre Barcellos
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Por SELES NAFES

O Ministério Público do Amapá quer que o ex-deputado estadual Alexandre Barcellos devolva aos cofres da Assembleia Legislativa do Amapá mais de R$ 100 mil, que teriam sido pagos indevidamente a um funcionário que afirma nunca ter prestado serviço à instituição. Na verdade, afirma o ex-servidor, o verdadeiro trabalhar era atender toda a família Barcellos como motorista e segurança.

De acordo com a ação de improbidade administrativa, Carlos Almeida Souza Neto esteve nomeado em diversas funções na Alap entre os anos de 2002 e 2010. Entre 2005 e 2008, também acumulou nomeação na Câmara Municipal de Macapá. Todas as indicações, disse ele em depoimento, ocorreram por influência de Alexandre, que foi deputado por três mandatos consecutivos, entre 1999 a 2011.

Apesar de ocupar funções como a de agente parlamentar, Carlos Neto trabalhava para o ex-governador Anníbal Barcellos; para o filho dele, o ex-deputado federal Sérgio Barcellos; e as vezes para o deputado estadual. O ex-governador e o ex-deputado federal são falecidos.

O ex-motorista e segurança chegou a ganhar em 1ª instância, na Justiça do Trabalho, uma ação onde é reconhecido o vínculo empregatício com Sérgio Barcellos. O processo está em grau de recurso no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Sérgio Barcellos durante entrevista ao Portal SN, em 2017. Foto: Arquivo SN

Carlos Neto declarou que trabalhava todos os dias, sem folga, das 6h às 22h, por acreditar “ser uma satisfação trabalhar para uma autoridade”. Transportar crianças para escola, comprar comida para o cachorro e fazer manutenção dos carros da família estavam entre as obrigações diárias.

Segundo ele, eram apenas 30 minutos de intervalo para refeições. O trabalho diretamente na casa da família Barcellos durou até outubro de 2012.

O promotor de justiça Eli Pinheiro, que assina a ação, está pedindo a condenação do ex-deputado por improbidade administrativa, ressarcimento dos R$ 100 mil à Assembleia Legislativa, e o levantamento de todos os salários recebidos também na CMM.

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