Rato d’água preso no AP foi um dos condenados pela morte de Peter Blake

Isael Pantoja Costa deveria estar em prisão domiciliar, mas estaria envolvido com assaltos a embarcações
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Por ANDRÉ SILVA 

Um dos criminosos envolvidos no assassinato do velejador neozelandês Peter Blake foi preso na manhã desta sexta-feira (05), durante operação deflagrada pela Força Tarefa de Segurança Pública do Amapá contra piratas, conhecidos na região amazônica como “ratos d’água”. Ele deveria estar cumprindo pena em regime domiciliar.

Ao todo foram seis prisões durante a “Operação Nereus”. Com o latrocida e assaltante, as equipes apreenderam uma arma de fogo e munições. A Polícia Federal não quis revelar o nome do investigado. No entanto, o Portal SelesNafes.Com apurou que se trata de Isael Pantoja Costa. A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Diogo Sobral, da 1ª Vara Criminal de Santana.

Procurado, o advogado Charlles Bordalo confirmou que está representando dois suspeitos que são irmãos: Isael e José Pantoja. No entanto, negou qualquer envolvimento.

“Não tem nada a ver. Ele nem sabe como está sendo preso. Estão ligando uma coisa a outra e não tem nada a ver. Meu cliente tá limpo. É trabalhador e está pagando a pena dele, rodando de mototáxi a noite toda”, disse ele, acrescentando que Isael chegou a cumprir 12 anos em regime fechado.  

Peter Blake foi assassinado ao reagir à invasão de seu iate, no balneário da Fazendinha, em Macapá, na noite de 5 de dezembro de 2001. O velejador era considerado o atleta do século na modalidade, apelidado de “Pelé dos Mares”. Ele também ficou conhecido por dar a volta ao mundo em 74 dias.

Sir Peter Blake realizava uma expedição científica pela Amazônia quando o barco dele foi abordado pelos criminosos. O velejador, que também era campeão de tiro, atingiu um dos bandidos, mas foi baleado pelas costas e morreu antes de ser atendido no Hospital de Santana. Na época, cinco ratos d’água foram presos e condenados pelo crime. 

Delegado Bruno Belo: grupo pode ser maior. Foto: André Silva/SN

Peter Blake deu a volta ao mundo. Foto: Reprodução/Facebook

Tinta naval

De acordo com a Polícia Federal, os criminosos já estavam há dois anos praticando os assaltos na costa do Amapá, em qualquer horário do dia e ou da noite. Os alvos eram embarcações que transportavam tinta naval. O valor dos galões apreendidos pela PF é estimado em R$ 250 mil. A PF tenta descobrir os compradores da carga roubada.

“A gente tem informações que alguns delitos dessa organização criminosa eram praticados com violência. Então, a prisão desses indivíduos deverá reprimir essa criminalidade na região”, informou o delegado Bruno Belo.

De acordo com o delegado, após a análise dos materiais apreendidos novos mandados de busca e apreensão poderão ser expedidos. 

“Não sabemos ao certo o tamanho desse grupo. Pode ser muito maior do que os 15 mandados (de busca) realizados hoje”, adiantou.

Tintas navais roubadas e recuperadas pela PF

Charlles Bordalo: meu cliente tá limpo. Foto: Arquivo/SN

Uma embarcação foi apreendida durante a operação. Ela pertencia a um dos investigados. As ordens judiciais foram cumpridas nos bairros Elesbão, Ilha de Santana e Comunidade do Ambrósio, no município de Santana.

As investigações iniciaram após diligências da Força Tarefa de Segurança Pública e Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos (Conportos), que informou acerca das constantes ações de piratas na foz do rio Amazonas, próximo à costa do Amapá, e em embarcações fundeadas nas áreas ribeirinhas de Macapá e Santana.

Seles Nafes
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