Davi x Furlan: Processo por calúnia sobe para o TRF1

Davi e Furlan em evento oficial recente: juiz entendeu que processo movido pelo senador contra prefeito envolve foro privilegiado de Furlan
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Por SELES NAFES

O juiz Mário Franco Júnior, da 4ª Vara Federal do Amapá, encaminhou para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) a ação do senador Davi Alcolumbre (UB) contra o prefeito de Macapá, Dr Furlan (sem partido), por calúnia e difamação.

No dia 22 de julho de 2022, o prefeito acusou o senador de estar por trás da Operação da PF que cumpriu mandados da justiça eleitoral no gabinete dele, residência e no endereço do irmão dele, o promotor de justiça João Paulo Furlan. O inquérito investigava um suposto esquema de compra de votos da eleição de 2020, quando Furlan foi eleito ganhando o pleito sobre o empresário Josiel Alcolumbre, irmão do senador. 

No dia seguinte à operação, Furlan deu uma entrevista coletiva acusando o senador e o irmão dele de arquitetarem na PF e na Justiça Eleitoral a operação que, segundo Furlan, era baseada num inquérito que já tinha sido arquivado.

O prefeito atribuiu a operação ao fato de a primeira-dama Rayssan Furlan (MDB) ter sido indicada por ele para disputar o Senado, concorrendo com Davi. Naquela eleição, Rayssa teve 43% contra 47% de Davi, que conseguiu a reeleição.

Ainda segundo Furlan, a operação teve o objetivo de desequilibrar o pleito e frear o crescimento político de seu grupo, impulsionado por crescimento da aprovação pública. O prefeito ainda acusou o juiz eleitoral Orlando Vasconcelos de ter pedido propina. O magistrado autorizou as buscas.

O senador Davi Alcolumbre também se pronunciou publicamente afirmando que o prefeito precisava manter a serenidade, porque nenhum cidadão está acima do bem ou do mal. O parlamentar acrescentou que ninguém manda no MP, PF e justiça, negando qualquer envolvimento numa suposta conspiração, e ainda ajuizou uma queixa crime contra o prefeito e a primeira-dama por calúnia e difamação.

Prefeito Furlan acusou juiz de pedir propina. Foto: Rodrigo Índio/Arquivo SN

Ao analisar a ação, o juiz Mário Franco Júnior seguiu entendimento do MPF que já tinha declinado da competência para avançar com o processo. No entendimento do magistrado, o caso envolve prerrogativa de foro do prefeito de Macapá, por isso deve ser analisado pelo TRF1.

Recentemente, Furlan e Davi se reaproximaram, pontualmente. O prefeito convidou o senador para a inauguração do complexo esportivo do Estádio Glicério Marques, obra realizada pela prefeitura com recursos articulados pelo senador.

Foi um momento de trégua, numa guerra que agora continua na justiça.  

Seles Nafes
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