No Amapá, mulheres são apenas 12% nos cursos de exatas

Acadêmica Bianca Aguiar, da Universidade Federal do Amapá, é uma das poucas alunas do sexo feminino que ingressou no curso de Engenharia Elétrica.
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Por GRAZIELA MIRANDA

A acadêmica Bianca Aguiar, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), é uma das poucas alunas do sexo feminino que ingressou no curso de Engenharia Elétrica da instituição. Ela conta que começou a se interessar pela área durante o Ensino Médio.

Segundo a estudante, apesar da maioria dos alunos na sala de aula dela serem homens, ela não se intimida com o futuro.

“Acredito que seja possível a mulher conseguir um lugar no mercado de trabalho nesta área. Eu não vejo motivo para as mulheres não quererem ingressar nas ciências exatas, pois elas servem para ambos os sexos. Cheguei até a ver pessoas da minha família falando de maneira indireta que o curso é só para homens, mas mesmo assim segui em frente, pois as mulheres são capazes. Existem muitas profissionais que ao longo da história se destacaram, mesmo sendo uma área que tem como maioria o sexo masculino”, afirmou.

Atualmente, a acadêmica estagia na superintendência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no estado. Ela conta que por conta do estágio passou a se interessar mais ainda pelo segmento.

Evento é híbrido, nos modos presencial e remoto. Fotos: Graziela Miranda/SN

“Eu me vejo muito no futuro trabalhando com pesquisa na área de telecomunicações, tanto aqui no Brasil quanto no exterior”.

De acordo com a professora do curso de Engenharia Elétrica da Unifap, Fernanda Smith, cerca de 10 a 12% dos acadêmicos dos cursos na área das ciências exatas no Amapá são do sexo feminino. Para ela, essa participação pode melhorar, mas ainda há barreiras culturais.

“Existe muito uma questão cultural de que engenharia, matemática não são coisas de mulher. Vemos muito que as meninas não são incentivadas a estudar nessas áreas. E isso se reflete numa baixa procura pelos cursos por parte delas”, explicou.

Acadêmica Bianca Aguiar: “Eu não vejo motivo para as mulheres não quererem ingressar nas ciências exatas”

O número baixo de mulheres na área das ciências exatas está sendo discutido durante a segunda edição do M.A.N.A.S (Mulheres Amapaenses nas Áreas de STEM), evento promovido pelos projetos de extensão da Unifap: “Women in Engineering (WiE) UNIFAP”, do curso de Engenharia Elétrica; o “Projeto Minerva”, do Curso de Engenharia Civil; e o “Meninas na Computação”, do Curso de Ciência da Computação.

O encontro iniciou na última sexta-feira (23) e vai até esta quarta-feira (28).

Segundo a professora Fernanda Smith, o evento conta, por exemplo, com workshops feitos por alunas sobre criação de aplicativos, a fim de incentivar outras mulheres a também entrarem para a área de inovação e tecnologia.

Professora Fernanda Smith: “Existe muito uma questão cultural de que engenharia, matemática não são coisas de mulher”

De acordo com a Unifap, o M.AN.A.S é um evento voltado para acadêmicos e estudantes do ensino médio, que veio para promover, incentivar e discutir a participação das mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. A programação é realizada em parceria por três projetos de extensão do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas.

A participação na programação é semipresencial, com algumas atividades realizadas via Google Meet e outras presencialmente, no Bloco de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, localizado no campus Marco Zero do Equador, em Macapá.

Seles Nafes
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