Por ANDRÉ SILVA
Indígenas do povo Waijãpi do Amapá vão receber ação de atendimento bucal diretamente nas aldeias.
A parceria entre o Governo do Amapá e a ONG Doutores da Amazônia – voltada ao atendimento de comunidades isoladas da Amazônia – poderá beneficiar até 1.800 indígenas. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (20), no Palácio do Setentrião.
O futuro cacique e professor Seki Waijãpi, da aldeia Aramirã, localizada na Perimetral Norte, no município de Pedra Branca do Amapari, considerou que ação vem resolver uma demanda há algum tempo represada. Ele pontuou o Distrito Sanitário da Saúde Indígena (Dsei) promove ações no local, mas não é o suficiente diante da alta demanda.
“Tem uma equipe da Sesai que faz, mas falta material, às vezes, o atendimento que era feito por gerador de energia acaba não acontecendo porque o gerador falha e não termina o trabalho. Às vezes, o carro que leva as pessoas não funciona. Então, com esse reforço do governo vai melhorar para indígenas”, considerou Seki.
Denominado Mais Sorriso, o projeto foi idealizado pela primeira-dama do estado, Priscila Flores, que é cirurgiã-dentista e voluntária da Doutores da Amazônia, tem parceria com o Dsei, Funai e Prefeitura de Pedra Branca.
Ela afirmou que percorreu o Amapá e se deparou com a necessidade, não apenas dos povos indígenas, mas de toda a comunidade no interior do estado. De acordo com a primeira-dama, o projeto visa, também, prestar atendimento médico aos pacientes.
“Pensando em como a gente poderia fazer o atendimento chegar de forma igualitária a todos, pensando que no [Programa] Mais Visão, que caminha fazendo o atendimento de catarata pelo Amapá todo, lembrei da ONG Doutores da Amazônia. A nossa meta é atender toda a população Waijãpi, que é de aproximadamente 1.800 pessoas. A nossa parceria com a ONG é de quatro anos e a ideia é que seja feita pelo menos duas ações no ano”, explicou a coordenadora do projeto.
Para o governador, Clécio Luís (SD), é de extrema importância fazer com que todo o atendimento de saúde possa chegar de forma igualitária a todos, e isto inclui as aldeias.
“Queremos que essa ação seja um sucesso, mas queremos que essa ação seja um grande aprendizado pra gente também, como disse a Priscila. Para que a gente aprenda com ela a transformar uma ação que é pontual, eventual, em uma política pública perene. Para que esse mesmo método possa chegar a comunidades quilombolas, ribeirinhos e fronteiras”, considerou o governante.
A ação, que vai contar com 40 voluntários, entre dentistas, médicos e profissionais de outros segmentos, começa nesta terça-feira (20).