Com salários e outros direitos atrasados, rodoviários anunciam greve

Categoria afirmou que vai deixar 70% da frota nas garagens das empresas de Macapá e Santana.
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Atualizada às 12h06

Por IAGO FONSECA

Os trabalhadores do transporte coletivo do Amapá ameaçam parar a partir de terça-feira, 2 de agosto. O motivo é o atraso no pagamento de salários, férias e depósitos do FGTS não pagos.

Segundo a categoria, as empresas afirmam não ter condições de pagar, mesmo recebendo subsídios municipais e isenções estaduais.

O sindicato da categoria definiu prazo até 31 de julho para que as empresas cumpram os pagamentos. Após a data, cerca de 220 colaboradores farão greve por tempo indeterminado com 70% da frota de ônibus que circula em Macapá e Santana.

Os trabalhadores afirmam que os salários atrasam todos os meses e há colaboradores estão há seis meses sem receber o pagamento das férias. Segundo o sindicato dos trabalhadores, nem mesmo o depósito mensal do FGTS é feito.

Para o presidente da entidade, Cristiano Souza, o sindicato patronal, o Setap, age com intolerância e procrastina a campanha salarial 2023/2024.

“Eles lucram com a passagem, recebem subsídio, pegam isenção de 75% no ICMS do combustível e não pagam os direitos do trabalhador”, reclama.

Diariamente, 50 mil pessoas utilizam o transporte público em Macapá e Santana. Foto: Arquivo/SN

Trabalhadores prometem cruzar os braços em frente às garagens. Foto: Divulgação

Diariamente, 50 mil pessoas utilizam o transporte público em Macapá e Santana. A capital é atendida por 4 empresas de ônibus: Sião Thur, Expresso Marco Zero, AmazonTur e Capital Morena.

Para manter o valor da passagem a R$ 3,70 em Macapá, a prefeitura repassou neste ano o total de R$ 905.514,75 em dois subsídios feitos em janeiro e abril. Em contrapartida, as empresas deveriam melhorar as condições do transporte público na cidade. Neste mês, o governo estadual manteve redução de 75% da alíquota do ICMS sobre o diesel.

Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) afirmou que não houve reunião entre o sindicato patronal e os rodoviários para discussão sobre a campanha salarial 2023/2024. Em trecho, o Setap afirma, ainda, que “o atraso no pagamento dos trabalhadores tem ocorrido em razão da queda substancial na arrecadação, por conta das férias escolares”.

O sindicato patronal conta que não houve reuniões para debater sobre perdas inflacionárias desde novembro de 2019, devido ao aumento de salários e reajustes no preço do óleo diesel. Veja a íntegra da nota:

“O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) recebeu com surpresa o anúncio da paralisação de 70% da frota de ônibus a partir de 2 de agosto do corrente ano.

Primeiro porque não houve nenhuma reunião entre os sindicatos patronal e dos rodoviários para discutir alternativas sobre a campanha salarial de 2023/2024 (um dos pontos apontados como razão da paralisação). Segundo que que na assembleia geral que supostamente deliberou sobre a greve, estavam presentes apenas integrantes da diretoria do Sincotrap, que não representam a maioria dos trabalhadores.

Além disso, acerca do atraso no pagamento dos trabalhadores, tem ocorrido em razão de queda substancial na arrecadação, por conta das férias escolares. Além disso, das seis parcelas do subsídio aprovado na Câmara de Vereadores para garantir o equilíbrio econômico das empresas e evitar reajuste tarifário, quatro meses estão em atraso.

O último reajuste tarifário no sistema de transporte urbano foi em novembro de 2019. De lá para cá nenhuma reunião para tratar sobre as perdas inflacionárias do período ocorreram, ao passo que houve aumento de salários dos trabalhadores e reajustes no preço o óleo diesel.

O Setap evoca o bom senso do Sincotrap e aceita reunir com a categoria, juntamente com a CTMAc e o Ministério Público do Trabalho, a fim de que sejam discutidas alternativas para evitar a greve.”

Seles Nafes
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