Especialistas apontam solução para a salinização da água do Bailique

Governador Clécio, ministro Waldez Góes (PDT) e senador Davi visitaram modelos das empresas CPFL e State Grid.
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Da REDAÇÃO

Em busca por soluções para 13 mil ribeirinhos do Arquipélago do Bailique, que sofrem há anos com o problema da salinização das águas doces da Foz do Rio Amazonas, políticos do Amapá foram ao Rio Grande do Norte consultar alternativas de especialistas. O estado potiguar é uma referência nacional em dessalinização de água.

Na companhia do governador Clécio Luís (SD) e do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), o senador Davi Alcolumbre (UB) conversou com representantes das empresas CPFL e State Grid. Eles assistiram a uma simulação do processo químico no município de João Câmara. A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, esteve presente.

“Estamos na busca por soluções reais, efetivas para essa situação que atinge milhares de amapaenses há anos e que afeta tanto a vida dessas pessoas. Viemos conhecer esse processo no Rio Grande do Norte e debater a possibilidade de se investigar se o mesmo pode ser feito no Amapá”, explicou o parlamentar.

A ideia é levar um projeto semelhante do Rio Grande do Norte para o Bailique, mas, antes, é preciso saber se a proposta é viável também para o Amapá.

Dessalinizador possui a capacidade …

… de processar 80 mil litros de água potável por dia

“Voltaremos para o Amapá com algo mais concreto, já que em qualquer lugar do mundo, tanto a água quanto a energia são sinônimos de dignidade; sem água não é possível ter merenda nas escolas, sem água não há saúde, um exemplo disso é o aumento de casos de hipertensão no arquipélago pelo consumo inapropriado da água salinizada. Aqui vimos a conjugação de água e energia renovável, potencial que o Amapá também possui para implementar”, ressaltou o governador amapaense.

O ministro reconheceu a importância do debate para o avanço na busca de soluções para o problema.

“Nós temos realidades hídricas muito diferentes neste Brasil de dimensão continental. Então, procuramos conhecer experiências tecnológicas já existentes e que sirvam para solucionar problemas que existem em outros locais”, destacou Góes

O fenômeno da salinização das águas doces ocorre de forma natural, em função do avanço do Oceano Atlântico sobre o Rio Amazonas – consequência do aquecimento global.

O diretor de sustentabilidade da CPFL Energia, Rodolfo Sirol, explicou a dessalinização das águas daquela região que beneficia atualmente 3 comunidades do Rio Grande do Norte.

A água é captada a 150 metros de profundidade

A energia do sistema é sustentável

Sistema é autônomo e automatizado

“São cerca de 3 mil pessoas vivendo nessas comunidades e que não tinham água potável. A CPFL usa uma tecnologia inédita no Brasil e, por meio dela, 85% da água extraída é convertida em água potável e distribuída através de uma adutora para três chafarizes nas comunidades”.

Além da qualidade do dessalinizador, há um sistema fotovoltaico que produz a energia de funcionamento para todo o sistema.

Apesar das diferenças no processo de salinização da água nas regiões, ele acredita que o dessalinizador poderá resolver o problema do Bailique, isto porque o equipamento tem a vantagem de adaptar-se a diferentes qualidades de água, seja ela do mar, pura, ou salgada com a mistura dos oceanos.

O sistema visitado está localizado na comunidade Serrote São Bento, em João Câmara, também conhecida como ‘Amarelão’. O governo do estado firmou cooperação com as empresas CPFL Renováveis e State Grid, como forma de compensação ambiental, para instalação do dessalinizador.

Políticos experimentam a água tratada pelo sistema de dessalinização

Na comunidade, a água é captada a 150 metros de profundidade. São 80 mil litros de água dessalinizada por dia, distribuídos através de uma adutora com extensão de 5 quilômetros, beneficiando cerca de 3 mil pessoas em 800 residências.

Desde o fim de 2021, o avanço do fenômeno no Arquipélago sofreu um aumento exponencial, afetando quase a totalidade da região. O processo é resultado do avanço das águas do Oceano Atlântico sobre o Rio Amazonas – consequência do aquecimento global.

Seles Nafes
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