Na onda do filme, artistas amapaenses criam versões da Barbie em Macapá

A iniciativa tem sido um sucesso com o público. No local, muitas pessoas posam para fotos com as obras ao fundo.
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Por IAGO FONSECA

No mundo da Barbie a arte é fantástica. Com essa ideia, artistas amapaenses fecharam parceria com um cinema, na Rodovia Josmar Chaves Pinto, para expor seus trabalhos no lançamento do filme da boneca mais famosa do mundo. Barbie estreia hoje, 20 de julho, nos cinemas de Macapá.

O coletivo de artistas locais AP Quadrinhos percebeu a mobilização artística em outros estados para a divulgação do filme. Foi então que sentiram que o Amapá não poderia ficar de fora. Mantendo todos os custos de produção das criações, fecharam acordo para exibi-las nos expositores de pôsteres do cinema.

Há várias versões regionalizadas: tem a Barbie marabaixeira, a que toma tacacá, a cadeirante, a de cabelos morenos e encaracolados, transgênera, a rockeira, entre outras. Os cartazes ficam expostos até 29 de julho.

“Juntamos ilustradores, capistas e quadrinistas para fazer desenhos da Barbie como eram antigamente nos anos dois mil”, conta a ilustradora capista, Aynan Del Tetto, de 28 anos.

Múltiplas versões da Barbie ficam em exposição…

… até o fim do mês. Fotos: Iago Fonseca/SN

João Vinicius e Aynan Del Tetto, quadrinistas que participam do coletivo

Para ela, a exposição possibilita que as pessoas conheçam o trabalho de outros artistas locais fora do eixo da cultura regional.

“Buscamos valorizar esse trabalho profissional dos nossos artistas. Muitos já têm uma carreira longa nas artes plásticas e muitas vezes não são vistos”, revela.

A iniciativa tem sido um sucesso com o público. No local, muitas pessoas posam para fotos com as obras ao fundo. Entre os visitantes, Clea Fernandes se surpreendeu quando descobriu que os desenhos são de artistas do Amapá.

“São várias representações, vários tipos de Barbie. A gente se vê representada assim”, comentou Clea.

Clea Fernandes e sua filha Analice

A Barbie é símbolo inerente da cultura pop. A expectativa pelo filme é grande, influenciando até o que se vende nas vitrines das lojas, conta a multiartista Sereia Caranguejo. A sua versão da boneca representa sua própria existência como pessoa transgênera.

“Tem a questão da vida. A arte é sobre transformar as pessoas, para se expressar e fazer as pessoas refletirem. A ideia é visualizar as obras e refletir sobre o que a Barbie significa para ti”, conclui.

Sob curadoria da designer Natália Muniz, as obras foram pensadas para criar um ambiente igualitário para os 13 artistas participantes.

“Tivemos que atender algumas especificações técnicas para expor no cinema, como resolução e tamanho de imagem”, diz Natália. A curadora pensou em todos os aspectos do espaço, fontes e cores utilizadas nas impressões.

Barbie que toma tacacá

… a rockeira …

… a marabaixeira

Criações também são inspiradas em participantes do coletivo

O AP Quadrinhos organizou a exposição sem fins lucrativos, com custos próprios. A troca com o cinema surgiu após conversa com o gerente, que já conhecia o trabalho do coletivo. A proposta do grupo é trazer cenários alternativos que mesclem com a atmosfera do filme.

As obras que compõem a exposição seguem o estilo artístico de cada ilustrador. Os criadores participantes são Natália Muniz, Aynan Del Tetto, Kaic, Honorato Jr., Tieê Santos, Sereia Caranguejo, Will Cruz, Camila de Oliveira, Israel Guedes, Icehito, Carla Antunes, Josiel Santos e Gabriel Loureiro.

“Cedemos o espaço para eles fazerem a exposição, apresentarem os artistas e unido a isso buscamos atrair mais pessoas para o cinema. Tem gente que nunca veio aqui”, conclui Carlos Romano, gerente da franquia em Macapá.

Seles Nafes
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