Amapá apresenta plano para eliminar a malária

Características regionais podem ser modelos para outros estados do Brasil.
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Por IAGO FONSECA

A malária, doença com alta concentração na Amazônia, está na mira dos órgãos de saúde. O Amapá entregou ao governo federal, na sexta-feira (11), o Plano Estadual de Eliminação da Malária com dados estratégicos para o combate nos 16 municípios do Estado.

O estado foi o primeiro da Amazônia a entregar o documento que vai integrar a campanha nacional ‘Elimina Malária Brasil’ do Ministério da Saúde. Elaborado pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), o plano começou a ser desenvolvido em 2022 com tratativas entre a instituição e os municípios.

“O ano passado nós assinamos o Plano Nacional de Eliminação de Malária e desde então trabalhamos nisso. A eliminação é algo que já se observa nos anos anteriores. Isso possibilitou que o Ministério da Saúde elegesse estado do Amapá como modelo para implantar esse trabalho e a partir daí ser replicado nos outros estados da Amazônia”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde do Amapá, Margarete Gomes.

O estado foi o primeiro da Amazônia a entregar o documento que vai integrar a campanha nacional “Elimina Malária Brasil”

Para o vice-governador Teles Jr, os programas de saúde vão permitir alcançar as metas do plano

Margarete Gomes, superintendente da SVS do Amapá. Ao lado, Rackel Barroso, gerente do Núcleo de Vigilância Ambiental da SVS

A proposta é reduzir os casos para menos que 68 mil até 2025, zerar as mortes até 2030 e erradicar a doença no Brasil até 2035. No estado, os municípios de Amapá, Itaubal e Vitória do Jari não registram nenhum caso em 2023.

Para o vice-governador Teles Jr, os programas de saúde vão permitir alcançar as metas do plano, com ações coordenadas entre a SVS e os municípios.

“O Amapá vai ser a referência do Brasil. Ficamos muito felizes porque a malária foi uma doença que por muito tempo teve presente no dia a dia do povo do Amapá, especialmente do povo da Amazônia. Quando uma pessoa está cometida de malária na forma grave, ela gera uma demanda muito forte em cima do sistema de saúde”, conta Teles.

Gilberto Moresco, consultor técnico de vigilância de arboviroses do Ministério da Saúde

O mapeamento das estratégias e dados sobre a situação da doença em cada cidade consideram ações de prevenção e eliminação, diagnóstico e tratamento, capacitações técnicas e fortalecimento da vigilância dos casos. Entre as ações, o atendimento básico e aquisição de insumos para os municípios também são previstos.

Áreas de fronteira, ribeirinhas, indígenas, urbanas e rurais destacam os diversos cenários que o Amapá apresenta, para ser utilizado como referência, segundo o Ministério da Saúde.

Campanha nacional

A campanha “Elimina Malária Brasil”, do governo federal, foi lançada em maio de 2022 visando erradicar o problema até 2035. No Brasil, cerca de 99,9% das transmissões ocorrem na Região Amazônica. De 2021 a junho de 2023 o Amapá caiu de mais de 4 mil casos diagnosticados para 1,7 mil.

Malária

Causada por um parasito transmitido por picada de mosquito, a malária pode evoluir para forma grave ou para o óbito se não for diagnosticada e tratada de forma correta. A doença causa febre alta, tremores, alta produção de suor, mal-estar e dores de cabeça.

Seles Nafes
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