Amapá assume liderança na valorização dos museus da Amazônia

Protocolo de intenções para valorização dos museus no estado foi assinado no Palácio do Setentrião.
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Por IAGO FONSECA

“Museus são portas e janelas que conectam pessoas, povos, tempos e espaços”. Foi com essa referência do famoso museólogo Mário Chagas que o curador do Centro de Memória do Tribunal de Justiça do Amapá, Michel Ferraz, comemorou o protocolo de intenções para valorização dos museus no estado, assinado nesta segunda-feira (21), no Palácio do Setentrião, no centro de Macapá.

Para ele, a região amazônica tem um potencial histórico imensurável, mas necessita de profissionais técnicos e capacitados na área.

“No contexto amazônico podemos dizer que os museus são rios, como o Amazonas. (…) Um plano museológico deve, antes de tudo, contar com equipe certificada para prestar um bom serviço para a sociedade”, ponderou Ferraz.

O Amapá é o primeiro estado a assinar o documento, firmado pela Secretaria de Cultura do Estado e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

Michel Ferraz, museólogo

Os principais pontos abordados são as estratégias para captação de recursos financeiros no âmbito nacional, para buscar a preservação e criação de museus, o registro de centros de memória públicos e privados, e meios para implementar a política nacional dos museus no Amapá.

“Temos 8 museus sob responsabilidade do estado, então precisamos planejar as ações, abrir as portas desses espaços e chamar a atenção da população. São espaços de memória, de educação, pesquisa e socialização, então a gente precisa conduzir esses trabalhos sob a orientação do instituto que rege toda a normativa”, explicou a secretária de Estado de Cultura, Clicia Vieira Di Miceli.

Presidente do Ibram, Fernanda Castro

O protocolo também propõe a capacitação e formação na área da museologia, arquivologia e história, bem como a adesão ao Cadastro Nacional de Museus e Registro de Museus e a implementação de um Sistema Estadual de Museus do Amapá.

“Estamos escutando os setores, os fazedores de cultura, as pessoas que estão envolvidas com as instituições de memória. Já percebemos que precisamos focar em informação, fomento, estruturação e trazer profissionais para a área”, concluiu a Fernanda Castro, presidente do Ibram.

Secretária de Cultura, Clicia Di Miceli

Segundo o instituto, um plano de ação será elaborado ainda em 2023 para executar as demandas apresentadas pelas entidades culturais. Participaram do ato representantes de órgãos de preservação, pesquisa e membros da sociedade civil ligados a preservação histórica, material e imaterial.

Seles Nafes
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