Denúncia revela detalhes da investigação que prendeu radialista por estupro

Sandro Luiz Azevedo continua preso no Iapen, e chegou a ser seguido por investigadores da Dercca
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Por SELES NAFES

O Ministério Público do Amapá ofereceu ontem (9) denúncia na justiça contra o radialista Sandro Luiz Azevedo, de 63 anos, que está preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) sob a acusação de estupro de vulnerável. A defesa ajuizou um pedido para que a prisão seja trocada por monitoramento eletrônico, e afirma que a prisão levou em conta apenas “suposições”.

Sandro Azevedo foi preso no último dia 28 de julho numa operação da Delegacia de Repressão a Crimes contra Crianças e Adolescentes (Dercca). De acordo com a denúncia assinada pelo promotor Vinícius Carvalho, o acusado já estava sendo monitorado por investigadores da Dercca.

A denúncia revela detalhes da investigação conduzida pela delegada Clívia Valente, e que começou com a ajuda de um informante anônimo. Sandro Azevedo teria conhecido a menina de 13 anos numa festa junina na frente do Mercado Central, na noite de 17 de junho, e os dois teriam se relacionado até a metade de julho. Neste primeiro encontro, ele teria convidado a menina e alguns amigos para conhecerem a residência dele, na zona oeste de Macapá. Ela teria aceitado o convite.

“O denunciado praticou atos libidinosos com a vítima, consistentes em beijos, abraços e toque nas partes íntimas da vítima, com o objetivo de satisfazer a sua lascívia”. Consta ainda que nessa noite o denunciado teria mantido relações sexuais com outra moça, que seria garota de programa”, diz o promotor.

Sandro e a menina de 13 anos teriam passado a se relacionar virtualmente, e ela passou a chamá-lo de “pai”. O acusado teria transferido valores a ela com promessas de dar outros presentes em troca de “carinhos”. Vários encontros teriam ocorrido na residência dele, com relações sexuais.

O promotor Vinícius Carvalho afirma que nos diálogos o radialista pedia que a menor lhe apresentasse a outras amigas, e que “informasse a elas que paga bem”.

A denúncia narra ainda que policiais chegaram a seguir os passos de Sandro Azevedo, chegando a registrar um encontro dele com a garota no residencial onde ela mora, na zona sul de Macapá. Os dois teriam trocado beijos e carícias no interior do carro por cerca de 30 minutos.

Delegada Clívia Valente encaminhou inquérito para o MP. Fotos: Iago Fonseca

O promotor pede a instauração do processo crime, e que a menina preste um “depoimento especial”, por ter apenas 13 anos. Outra solicitação é de que a mãe dela também seja ouvida.

Suposições

A defesa dele, conduzida pelo advogado Evandro Barata Júnior, ajuizou um pedido de revogação da prisão no último dia 7 de agosto, dois dias antes da denúncia ser apresentada. O argumento é de que não existiu violência ou grave ameaça. Sandro, que é apresentado como corretor de imóveis no processo, é réu primário e teria bons antecedentes.

Outra tese é de que a prisão foi decretada apenas com suposições e sem provas, e que Sandro está colaborando com as investigações sem oferecer qualquer risco à sociedade. Ele teria fornecido espontaneamente a senha do próprio celular para que o aparelho, que foi apreendido, pudesse ser periciado.

O advogado pede ainda que a segregação no Iapen seja trocada pela prisão domiciliar e uso da tornozeleira eletrônica, se o juízo achar pertinente.

Seles Nafes
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