‘Eu já estava no coração dela’, diz pai de criação ao registrar enteada como filha

Mutirão 'Meu Pai Tem Nome' foi realizado neste sábado em Macapá pela Defensoria Pública do Amapá.
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Por IAGO FONSECA

“Meu nome já estava escrito no coração dela, agora vai estar também na certidão”. Essa foi a emocionada declaração que Wilker de Lima, de 26 anos, fez para sua filha de criação Wendy, de 7 anos, durante o mutirão ‘Meu Pai Tem Nome’, que ocorre simultaneamente em todo o país neste sábado (19).

Wilker mora com a família no bairro Congós, na zona sul de Macapá. Acompanhado por sua esposa Kathleen Pinheiro e as crianças, ele buscou atendimento na carreta itinerante da Defensoria Pública do Amapá, no Centro de Especialidades Dr. Papaléo Paes, para registrar Wendy como sua filha legítima.

“Vivemos juntos há 6 anos e minha filha tinha pouco mais de 1 ano, aí criamos o vínculo. Quando a gente vai nas programações, na escola e a criança não vê o teu nome, dá um aperto. O que vale é o amor, pai é quem cria, cuida e educa. Esse carinho tu não consegues tirar”, declarou, emocionado.

Estrutura foi montada …

… no Centro de Especialidades Dr. Papaléo Paes. Fotos: Iago Fonseca/SN

Segundo dados do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), de janeiro a agosto de 2023, 15,6% dos registros de nascimento feitos no Amapá não possuem o sobrenome paterno. Isso equivale a 1.453 crianças sem pais declarados, das 9.261 registradas.

Em busca de aumentar esses índices de paternidade, a Defensoria Pública promove a ação itinerante para descentralizar os serviços ofertados.

Wilker registrou a sua enteada, que ajuda a criar há 6 anos, no registro de nascimento dela como pai. Foto: Iago Fonseca/SN

Foram realizados no local 38 testes de DNA…

… para famílias previamente cadastradas

Depois deste sábado, os atendimentos de reconhecimento de paternidade voluntária, de filhos biológicos ou afetivos, continuam disponíveis de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Avenida Raimundo Álvares da Costa, no centro de Macapá.

Foram realizados no local 38 testes de DNA para famílias previamente cadastradas. João Batista, de 20 anos, acompanhou sua ex-companheira Dilza Fabíola, de 19 anos, para realizar o exame. Ela é mãe de Sophia, nascida há 2 meses.

João Batista foi realizar o exame de DNA da bebê Sophia, de 2 meses

“Muitas coisas aconteceram, aí a gente preferiu fazer o teste para não ter nenhuma dúvida e não deixar a criança sem assistência, queremos ter plena certeza do que fazemos”, explicou João Batista.

O resultado do teste está previsto para sair em 10 dias.

Para a coordenadora do Núcleo de Família da defensoria, Zélia Moraes, o serviço vai garantir direitos para crianças e adolescentes com relação ao vínculo de filiação.

Zélia Moraes, coordenadora do Núcleo de Família da Defensoria Pública do Amapá

“Essa atividade, assim como a orientação jurídica, já é feita nas nossas sedes. No Amapá há um convênio do poder judiciário para as ações judiciais e no curso do processo de reconhecimento o exame de DNA é feito gratuitamente”, explica a coordenadora.

Seles Nafes
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