Por IAGO FONSECA
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento do confronto entre detentos e policiais penais, na última quinta-feira (17), no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
Nas imagens registradas pelos agentes penais, os internos do Pavilhão P1 se recusam a entrar nas celas após a suspensão do banho de sol. Aos gritos de “pedrada”, atiram dezenas de pedregulhos em direção aos policiais, enquanto usam colchões como escudos contra as balas de borracha. Em uma das celas, após o fim da ‘batalha’, foi encontrado um revólver com 5 cartuchos disparados.
Um policial foi ferido no pescoço com uma pedra durante os ataques. Após o controle do motim, que durou cerca de 15 minutos, os guardas comentam em vídeo sobre como os detentos haviam se preparado para o ataque.
“Eles jogaram, eu não tive reação, iniciaram e a primeira pedra pegou em mim”, conta o agente ferido.
Durante a ação de controle, 12 presos ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital de Emergências de Macapá. Após atendimento médico, eles retornaram à cadeia.
Segundo o diretor do Iapen, delegado Luiz Carlos, foram abertos procedimentos administrativos disciplinares contra os apenados. As penalidades, após as apurações, podem ser isolamento, suspensão de visita e regressão de regime (transferência de cumprimento de pena branda para uma mais severa).
A ocorrência também motivou mudanças nos procedimentos de rotina do cadeião, com aumento da frequência de revistas estruturais, modos de operação, contagem e abordagem aos presos, além de revistas após os atendimentos jurídicos e de assistência social.
“Estamos comprando mais armamento não letal, publiquei a portaria regulamentando os procedimentos de rotina e vamos apresentar uma proposta de reforma do pavilhão para a secretaria de infraestrutura”, conclui o diretor.
O motim
Segundo a versão oficial, a confusão iniciou por volta das 14h da quinta-feira (17), após uma briga de futebol durante o banho de sol no Pavilhão P1, que abriga cerca de 150 presos provisórios.
O Portal SN.com conversou com um policial penal que atuou na contenção. Segundo a versão dele, pela manhã, os policiais apreenderam um celular que havia sido jogado de um pavilhão para o outro, do F3 para o P1. Um dos detentos teria sido responsabilizado pela apreensão e à tarde foi punido com uma surra pelos outros presos faccionados.
O detento se negou a dizer quem havia o lesionado. Como manda o regulamento, em casos de intercorrência, os policiais penais foram suspender o banho de sol, foi então que houve o motim para não retornar às celas.