Cadeirantes vão às lojas pedir mais acessibilidade

Ação de conscientização ocorreu no centro comercial de Macapá.
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Por CAROLINA MACHADO

Nesta sexta-feira (29), membros da Associação dos Deficientes Físicos do Amapá (ADFAP) foram ao centro comercial de Macapá para pedir mais adaptações nos estabelecimentos comerciais. A ação faz parte da campanha ‘Deixe-me entrar’, realizada em parceria com a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP).

De acordo com o diretor de Comunicação e membro da ADFAP, Alieneu Pinheiro, diariamente, os aproximadamente 500 deficientes físicos que moram em Macapá têm que lidar com diversas dificuldades em lojas e em serviços prestados e que, por conta disso, veio a ideia de conversar com lojistas e expor as necessidades.

Ele conta que no dia-a-dia enfrenta dificuldades para comprar uma roupa, por exemplo e que já chegou a se esbarrar em itens e derrubá-los sem querer.

Nas lojas do centro de Macapá…

… eles conscientizaram funcionários do comércio sobre mais acessibilidade

“Às vezes, eu entro numa loja e fico até constrangido porque está tudo tão organizado lá dentro e eu passo e sem querer vou arrastando tudo. Sei que o trabalhador foi orientado a organizar daquela forma. Às vezes, até chego a pensar que eles estão me xingando em pensamento por isso. Então, acho que o empresário tem que sempre pensar em todos, como cadeirante, deficiente auditivo, deficiente intelectual, por exemplo”.

Além disso, Alieneu enfrenta muitas dificuldades no transporte de aplicativos. Ele expõe que a maioria dos motoristas recusa a corrida ao saberem que o cliente se trata de um cadeirante.

Alieneu Pinheiro: “Acho que o empresário tem que sempre pensar em todos, como cadeirante, deficiente auditivo, deficiente intelectual, por exemplo”

Membros da ADFAP entregaram em lojas consideradas adaptáveis ao cadeirante …

…um adesivo contendo o selo de ‘Empresa Acessível’. Fotos: Carolina Machado

“Todos os cadeirantes quando chamam o aplicativo, quando o motorista chega, ele não quer levar por conta da cadeira de rodas. Acho que eles pensam que nós vamos dar trabalho e para eles é mais viável abandonar o passageiro, cancelar a corrida e ir embora. Se eu tiver um evento às 18h, eu sempre tenho que começar a chamar às 16h, porque a cada 10 chamadas, 9 são canceladas”, denunciou.

Diante disso, os membros da ADFAP viram a necessidade de ir às lojas para mostrar a importância de adaptar o atendimento e a estrutura para um cadeirante, ressaltando a importância de ter uma rampa de acesso para a loja e a forma correta de se organizar os itens vendidos para que eles possam transitar nesses lugares.

Além da conversa com os lojistas, os membros da ADFAP entregaram em lojas consideradas adaptáveis ao cadeirante um adesivo contendo o selo de ‘Empresa Acessível’ com o objetivo de incentivar os demais comerciantes na questão da acessibilidade.

Campanha iniciou pelo centro comercial de Macapá

Josiel Fernandes: “A gente recebe a ação de braços abertos porque a empresa quer incluir e sempre se adaptar a todos”

“Essa ação é muito importante porque a pessoa com deficiência encontra obstáculos dentro desses estabelecimentos, bem como a falta de profissional qualificado para atender clientes com deficiência, seja ela física, auditiva, visual ou intelectual. Então por isso a necessidade de irmos às lojas e expor tudo isso aos lojistas”, expressou. 

O vendedor Josiel Fernandes, que atua em uma loja no centro de Macapá, recebeu o grupo e ressaltou a importância da ação.

“A gente recebe a ação de braços abertos porque a empresa quer incluir e sempre se adaptar a todos. Então estamos sempre disponíveis para nos adaptarmos a todas as necessidades deles”, concluiu.

Seles Nafes
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