Esquecido há anos, Trapiche Eliezer Levy religará bondinho

O trapiche inaugurado na década de 1940 definhou após ser interditado para visitações em 2019, devido ao abandono pela empresa que administrava o local.
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Por IAGO FONSECA

Ex-cartão postal da orla de Macapá, o Trapiche Eliezer Levy, passa por obras de revitalização há pouco mais de 1 ano pela prefeitura. Em meio a abandonos e reformas pontuais, um dos locais mais privilegiados da cidade permanece fechado ao público há cerca de 8 anos.

Simbólico na memória dos amapaenses pelo passeio com o ‘bondinho’ e os encontros na sorveteria no fim de tarde, o trapiche inaugurado na década de 1940 definhou após ser interditado para visitações em 2019, devido ao abandono pela empresa que administrava o local.

“Estão em obras há muitos anos. Ela para e continua, para e continua, mas para gente não influencia tanto”, afirmou uma atendente de um restaurante próximo.

A bartender e estudante Roxanne Negreiros, de 27 anos, mora há 2 anos em Portugal, mas viveu grande parte de sua vida em Macapá. Ela lembra que o local sempre passou por longas reformas e que não teve oportunidade de visitar mais uma vez antes de sair do Amapá.

“Quando saí o trapiche estava fechado e fiquei muito triste em ver isso acontecer. É um espaço que poderia fomentar muito emprego e memórias para a população e para quem visita para conhecer. Perdi minhas fotos de quando estava lá, mas eu lembro muito do reggae e do fim de tarde com a família na sorveteria”, lembrou Roxanne.

Para ela, um ambiente vivo e com segurança é o maior desejo da população que visita uma orla. Segundo ela, comparando com os investimentos no setor turístico de onde vive atualmente, muitos eventos, restaurantes e iluminação tornam os locais sempre movimentados e utilizados pela população.

“Tem muitos eventos na beira do rio com espaços dedicados e por isso há uma vivificação da cidade”, conclui a estudante.

Uma pessoa que veio morar em Macapá, ouvida pela reportagem, afirmou que nem mesmo sabia da existência do trapiche histórico.

Ex-cartão postal da orla de Macapá, o Trapiche Eliezer Levy, passa por obras de revitalização. Fotos: Iago Fonseca/SN

“Já fui à Fortaleza, ao Mercado Central, mas nunca nem ouvi falar desse lugar”, contou.

Anteriormente, de 2015 a 2018, o ponto de contemplação do rio Amazonas já havia sido fechado para reforma e quando reabriu em 2019 foi chamado pontualmente de Píer Rio Amazonas. Com o descaso, sem vigilância e iluminação, o ponto turístico virou abrigo para usuários de drogas e as estruturas foram depredadas.

Em 2021, o governo estadual firmou a cessão de uso por 20 anos para a Prefeitura de Macapá, para revitalização, ampliação e exploração turística pelo município, com recursos de R$ 4,3 milhões destinados pelo senador Davi Alcolumbre..

Projeto da PMM

Somente em julho de 2022 as intervenções tiveram início, com a reforma do restaurante central do ponto turístico. O projeto prevê a construção de quatro pontos de observação inspirados nos baluartes da Fortaleza de São José, com cobertura vazada e deck para eventos culturais.

Segundo o secretário de obras do município, Cassio Cruz, os trabalhos já avançaram quase 50%. A previsão de entrega do espaço é para o final deste ano. “Estamos executando a instalação do piso em madeira”, concluiu o secretário.

Encontros na sorveteria no fim de tarde eram tradição

Local está fechado há quase 8 anos

Trapiche Eliezer Levy

Com 386 metros de extensão, o trapiche recebe o nome do então prefeito de Macapá Major Eliezer Levy, em 1945. O espaço conta, originalmente, com um bondinho elétrico para transporte de turistas, área para restaurantes na entrada do píer e na ponta do rio, área coberta, estação de embarque e desembarque de passageiros e escadas de concreto que dão acesso ao rio.

Seles Nafes
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