Amapá foi o 3º estado em gestantes com sífilis no Brasil em 2022

A faixa etária mais atingida é a de jovens de 15 a 29 anos.
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Por CAROLINA MACHADO

O Amapá ocupou o terceiro lugar em detecção de gestantes com sífilis e na taxa de incidência de sífilis congênita em 2022. A informação foi divulgada pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado (SVS).

O especialista e coordenador do Programa de Sífilis no Estado do Amapá, Dr. Florinaldo Carreteiro, explica que a informação foi obtida após analisar os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Ele explica que a taxa de detecção no Amapá é de 39,4 casos de gestantes para cada 1 mil nascidos vivos. Esse número coloca o estado amapaense atrás apenas do Rio de Janeiro, que registrou 62,6 casos, e do Acre, que teve 46,4 casos para cada 1 mil nascidos vivos.

Em 2019, o Amapá registrou 386 casos da doença em gestantes. Em 2022, o número subiu para 593. Até outubro deste ano, já foram 455 casos.

“Esse número aumentou muito no Brasil todo. Todos os estados têm apresentado aumento. E o Amapá tem apresentado sífilis congênita, o que é inconcebível e muito preocupante, porque o tratamento é fácil e barato e pode ser feito durante a gestação”, afirmou Carreteiro.

Estado amapaense está atrás apenas do Rio de Janeiro, que registrou 62,6 casos, e do Acre, que teve 46,4 casos para cada 1 mil nascidos vivos

Segundo o coordenador, a faixa etária mais atingida é a de jovens de 15 a 29 anos. Cerca de 60% dos casos são em homens e 40% em mulheres.

“Como é uma doença sexualmente transmissível, ela atinge principalmente aquelas pessoas que estão em fase em que a vida sexual está bem ativa, como de 15 a 29 anos”, relatou.

O especialista atribui o aumento do número de casos de sífilis à falta de uso da camisinha em relações sexuais. Ele expõe, também, que a sífilis congênita é atribuída ao aumento das taxas da doença na gravidez por falta do uso do preservativo, diagnóstico tardio no pré-natal e falta do tratamento durante a gravidez.

A sífilis é passada, principalmente, pelo ato sexual, mas também pode ser transmitida para o bebê via transplacentária.

A bactéria causadora da doença, ao longo do tempo, causa problemas no organismo. Os primeiros sintomas iniciam com uma pequena ferida na região genital, que ocorre entre 15 a 20 dias após a contaminação e que desaparece sozinha, dando uma falsa sensação de cura. Depois de seis meses, aparecem manchas pelo corpo.

O tratamento é simples e barato, feito com benzetacil. Foto: Divulgação

“Se o tratamento não for feito, ela entra numa fase crônica, que pode atingir ossos, sistema nervoso, coração e outras complicações. No bebê, a doença pode trazer má formação, óbito fetal, dificuldades em enxergar após nascer. Então o mais afetado pela sífilis é o bebê, que tem complicações mais sérias”, explicou o especialista.

A doença é detectada por meio de um teste rápido ou de VDRL, que estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS´s). De acordo com Carreteiro, o tratamento é simples e barato, feito com a penicilina benzatina (benzetacil) e dura de 1 a 3 semanas.

Seles Nafes
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