As duas vítimas moravam no Bairro Fonte Nova (foto). Para a Vigilância Sanitária do município, a principal suspeita é que a infecção tenha ocorrido por meio do consumo de açaí.
Compartilhamentos
Por CAROLINA MACHADO
Uma mulher de 37 anos e uma criança de 5, moradoras do Bairro Fonte Nova, do município de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, morreram neste mês de outubro em decorrência da Doença de Chagas. Para a Vigilância Sanitária do município, a principal suspeita é que a infecção tenha ocorrido por meio do consumo de açaí.
De acordo com o diretor do órgão, Weiki Morais, as famílias das vítimas confirmaram que os sintomas começaram após o consumo de açaí. Os estabelecimentos onde o alimento foi adquirido ficam a 200 metros de distância um do outro. No caso da mulher, a amassadeira fica na casa dela.
“Essas duas pessoas que morreram moravam bem próximas uma da outra. Fomos até os estabelecimentos na terça-feira (24) e constatamos que eles não cumpriam com as boas práticas na manipulação do alimento e fizemos a interdição temporária deles. Nos dois locais, não vimos a mesa de catação e nem a parte de desinfecção, o que é o mínimo. Por isso, os estabelecimentos permanecem interditados”, relatou Morais.
Suspeita é que doença esteja sendo contraída através do consumo de açaí. Foto: Arquivo
Ele acrescentou que nesta quarta-feira (25), a Vigilância Epidemiológica do município recebeu o registro de 25 notificações da doença, sendo que seis delas são positivas, das quais uma está hospitalizada em Macapá.
O diretor garante que, para combater a incidência da Doença de Chagas em Santana, o município continua realizando ações ordinárias por meio de visitas diárias em amassadeiras. Após as mortes, essas ações foram intensificadas no Fonte Nova.
“A gente orienta que o consumidor daquele local não faça agora o consumo do açaí por pelo menos 30 dias. Orientamos que ele compre em uma vitaminosa que possua os devidos licenciamentos legais”, orientou.
Estado
De acordo com a Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado (SVS), em 2023 o Governo do Amapá (GEA) notificou 173 casos da doença. Desse total, 19 foram confirmados em Macapá.
Dentre as ações para combater a doença, o GEA está capacitando agentes de saúde para reforçar a precisão do diagnóstico da Doença de Chagas, Malária e Elefantíase, através de microscópios. O treinamento é voltado para microscopistas de Macapá e Santana que atuam na identificação e enfrentamento das enfermidades no estado.
Doença de Chagas
A doença de Chagas é causada por um parasito e transmitida principalmente através do inseto barbeiro, que é o vetor do agente causador, um protozoário denominado Trypanosoma Cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas.
