Audiência pública discute altos preços de passagens aéreas

Debate ocorreu na Câmara Federal por requerimento do deputado Josenildo Abrantes, do Amapá.
Compartilhamentos

Da REDAÇÃO

Uma audiência pública na Câmara Federal discutiu, nesta terça-feira (3), os altos preços das passagens aéreas no Brasil, resultando na criação de um Grupo de Trabalho (GT) permanente.

O GT será composto por representantes dos principais órgãos e agentes responsáveis pela fiscalização e controle do mercado da aviação, entre eles, os ministérios do Turismo, de Portos e Aeroportos, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), e ainda, a pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).

O objetivo é estudar alternativas para reduzir as tarifas, aumentar a oferta de voos e melhorar a qualidade do serviço.

Regiões Norte e Nordeste

As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pelos altos preços das passagens aéreas, com tarifas médias significativas. A tarifa média do bilhete na região Norte é de R$ 813,24, enquanto na região Nordeste é de R$ 698,63. Em contrapartida, a média nacional é de R$ 574,13.

Entre os anos de 2019 e 2022, a região Norte teve uma redução de 1,6% na oferta de voos. O Amapá, em particular, registrou uma queda entre 10% e 50% no número de voos. Além disso, a tarifa média do bilhete subiu de R$ 477,66 para R$ 649,42 em dezembro de 2022.

Josenildo sugeriu a criação de um Grupo de Trabalho ou Comissão, composto por representantes presentes na audiência e outros específicos

Fatores

De acordo com o ministro do Turismo, Celso Sabino, os principais fatores que aumentam as tarifas são o custo do Querosene da Aviação (QAV), que representa mais de 40% do custeio do serviço aéreo. Esse custo é afetado pela oscilação do dólar, pelas obrigações tributárias e pela falta de competitividade no setor, dominada por poucas empresas.

Críticas

A ANAC e a ABEAR foram alvo de duras críticas de parlamentares presentes na audiência. Eles questionaram a falta de qualidade no serviço e os preços divergentes informados pelas entidades. Mesmo buscando passagens com meses de antecedência, os preços dos bilhetes permanecem muito acima da média nacional.

Impactos sociais

O deputado Josenildo ressaltou os prejuízos econômicos e sociais causados ​​pelos altos preços das passagens. Além de afetar o setor turístico, esses preços também prejudicam pessoas que precisam viajar por motivos de saúde ou negócios. A acessibilidade ao serviço aéreo está impedindo, especialmente para o ambiente de estados isolados, como o do Norte do Brasil, que depende do transporte aéreo ou fluvial.

Josenildo sugeriu a criação de um Grupo de Trabalho ou Comissão, composto por representantes presentes na audiência e outros específicos, para buscar soluções para o problema em um prazo de 90 dias.

“A audiência nos apresentou um diagnóstico de um problema que é do interesse de todos resolver. Mas não é neste instante que vamos conseguir saná-los. Sendo assim, irei sugerir à presidente da CFFC, Bia Kicis, a criação de um Grupo de Trabalho ou Comissão, formado por representantes presentes nessa audiência e outros que possam contribuir na solução deste grande problema, no prazo de 90 dias”, destacou Josenildo, ao encerrar a audiência de forma conciliadora.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!