Por IAGO FONSECA
Jovens e crianças nascidas com deformidades em membros superiores passam por cirurgias corretivas até a sexta-feira (13). O projeto ‘Uma Mãozinha’, lançado nesta quarta-feira (11), busca zerar a fila de procedimentos no Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal).
Serão três dias para atender 16 pacientes que aguardavam pelas operações. Além do Hcal, o Hospital da Criança e do Adolescente atua no acolhimento e no apoio pré e pós-operatório das crianças.
Morador do Delta do Matapi, na região portuária de Santana, o estudante Fabrício, de 17 anos, cresceu com o polegar duplo e aguarda desde a infância para receber o procedimento, pela dificuldade em saber os processos para conseguir a cirurgia.
“Dessa vez, deixei meu número para contato no hospital e me chamaram para fazer. Eu já estava sem esperanças, mas com a cirurgia creio que vai melhorar. Acordei três vezes essa noite pensando que já tinha chegado a hora”, contou Fabrício, ansioso.
A cirurgia dele não pôde ser feita quando ele nasceu, por não ser possível localizar a veia do dedo, segundo a mãe Roseli Oliveira, de 54 anos. Apesar de ser um procedimento simples, a espera pela cirurgia deixa Roseli nervosa.
“Enquanto ele está ansioso lá, estou nervosa com o corpo tremendo aqui. Vai dar tudo certo, eu creio”, afirmou Roseli.
A ação surgiu através de um curso da regional Norte e Centro-oeste de cirurgia da mão com profissionais da área, que este ano será sediado no Amapá, de acordo com o médico ortopedista Dirceu Lima, articulador regional do projeto.
“É um serviço que já existe, só que a nossa ideia com o mutirão é chamar a atenção da necessidade da cirurgia no tempo mais ‘de acordo’ possível e zerar a fila. Tem criança que aguarda de um mês até dois anos “, explicou o médico.
O projeto ocorre pela primeira vez no Amapá, com médicos especialistas de diversas regiões do país participando do mutirão.
Segundo a secretária de Saúde do Amapá, Silvana Vedovelli, as Famílias com pessoas que nasceram com as deformidades nas mãos, ombros e demais regiões superiores devem buscar atendimento.
“Temos uma lista de espera e isso é um alerta para quem tiver deformidade que procure o serviço e realize as cirurgias e volte a ter mobilidade”, concluiu a secretária.