Com quadra interditada e 2 banheiros quebrados, alunos do Lauro Chaves pedem socorro

Professores e alunos fizeram um ato público pedindo reparos urgentes no colégio
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Atualizada às 16h25 de 23/11/23

Por IAGO FONSECA

Alunos e professores da Escola Estadual Lauro Chaves, localizada na Avenida dos Tembés, no Bairro Muca, zona sul de Macapá, fizeram um ato público nesta quinta-feira (23) pedindo reparos urgentes no colégio. A escola apresenta problemas em banheiros, isolamento térmico de salas de aula é feito com papelão e até a quadra esportiva foi interditada por anos estruturais.

Lucas Garcia, de 17 anos, produziu um cartaz com grafia incorreta para chamar a atenção de motoristas e pedestres do bairro.

“Estamos reivindicando, não pedindo. A infraestrutura ruim faz com que centenas de alunos tenham um ensino de baixa qualidade. A quadra inativa impede projetos com alunos. São dois banheiros para alunos de todos os turnos. As nossas salas deviam comportar 25 alunos e hoje é o dobro. A escola forra as janelas com madeira e papel para não sair o ar frio das salas”, reclamou o estudante.

Inaugurada há 32 anos, a escola atende cerca de 670 estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, bem como turmas de educação de jovens e adultos (EJA). O espaço possui centrais de ar e câmeras de monitoramento, porém, professores afirmam que nunca houve uma reforma completa, somente reparos localizados.

“A escola está em situação precária. A direção anterior afirmou que em agosto teríamos uma reforma, mas até o momento não ocorreu. Até o banheiro dos professores já foi interditado. Queremos uma resposta eficaz do que será feito”, declarou a professora de ciências, Suelen Barros.

Alunos e professores foram para a rua…Foto: Iago Fonseca

Aluno Lucas Garcia e colega seguram cartaz com crítica

Ferragem da coluna da quadra exposta. Fotos: Iago Fonseca

Ferragens soltas no telhado

Área virou uma lixeira dentro da escola

Forro está corroído por cupim

Dos seis banheiros para alunos, somente dois funcionam adequadamente e possuem acessibilidade. Os outros quatro estão quebrados e são ocupados por cadeiras e mesas sem uso. A quadra não recebe atividades educativas e jogos escolares desde maio deste ano, após uma ventania que arrancou parte do telhado de metal, segundo a professora de educação física Márcia Costa.

“Foi interditada em 2017 até 2018. Em 2019, recebeu somente pintura. Desde a ventania os professores interromperam as aulas na quadra, mas a comunidade ainda utilizava o espaço. Foi só em agosto que a direção suspendeu o uso geral. A quadra é peça fundamental para a escola, hoje só damos aula teórica e isso afeta o comportamento e desempenho dos alunos”, explicou a docente.

Os professores afirmam que o protesto iniciou depois da iniciativa de alunos e apoio da comunidade. O movimento não teve apoio da direção da escola, que interrompeu a distribuição do lanche pela falta de aulas, segundo denúncia dos educadores.

Entrada para banheiros interditada por carteiras velhas

Estado de um dos banheiros que ainda não foi interditado

Papelão é usado para cobrir as janelas danificadas

Pintura deteriorada

Além das telhas removidas, a quadra também apresenta sinais de abandono com estruturas metálicas corroídas por ferrugem e colunas estruturais com ferragens expostas. Além disso, uma sala de educação especial está consumida por cupim, bem como documentos da escola, expostos nos corredores.

De acordo com Edir Gama, presidente da Associação de Moradores do Muca, pais e responsáveis de alunos procuraram a organização para representar a comunidade na reivindicação. Para ele, além dos alunos, a falta de estrutura impede que outros serviços da comunidade utilizem o espaço.

Documentos expostos e deteriorados

Professoras Márcia Costa e Suelen Barros

Edir Gama: projetos sociais interrompidos

A preocupação é que quando chegar o período chuvoso, a quadra fique inutilizada

“A quadra recebia projetos sociais do bairro. Tínhamos aulas de Jiu Jitsu e dança de salão. Agora não podemos fazer, não tem espaço. Queremos uma reforma digna para a escola”, declarou o representante.

O Portal SN procurou a direção para esclarecimentos, mas não encontrou o responsável no local. O portal também procurou a Secretaria de Estado da Educação, que se posicionou. Segundo o órgão, a escola Lauro Chaves está num cronograma de reformas para o ano de 2024 e serão investidos R$ 2,5 milhões do estabelecimento de ensino. Veja a nota da íntegra: 

“A Secretaria de Estado da Educação (Seed) informa que acompanha as demandas da Escola Estadual Lauro de Carvalho Chaves, localizada no bairro Muca, em Macapá, e já promove ações para atender a comunidade.

A escola está inclusa no planejamento de reformas de 2024, em uma obra que vai contemplar o forro, rede elétrica, pintura, acessibilidade, banheiros e outros espaços. Serão investidos R$ 2,5 milhões na revitalização, que será executada pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf).

A Seed ressalta ainda que a escola recebe mensalmente, investimentos para a aquisição da merenda escolar, e que técnicos do Núcleo de Alimentação Escolar foram acionados para garantir o cumprimento do cardápio de alimentação na unidade.”

Seles Nafes
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