MP rejeita arquivamento de inquérito e denuncia Olavo Almeida por assédio sexual

Promotora Thaysa Assum discordou do arquivamento das investigações pela polícia e arrolou quatro vítimas e cinco testemunhas
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Por SELES NAFES

O Ministério Público do Amapá não concordou com o arquivamento do inquérito pela Polícia Civil, e ofereceu denúncia contra o ex-presidente da Fundação Cultural de Macapá (Fumcult), Olavo Almeida. Ele é acusado de assédio sexual e comportamentos libidinosos com servidoras da fundação, entre os anos de 2020 e 2021.

Duas delas chegaram a procurar a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência e prestaram depoimento narrando o comportamento do então presidente, que em setembro foi exonerado do cargo pelo prefeito Dr Furlan (Podemos).

O delegado que tomou o depoimento de 16 vítimas e testemunhas durante o inquérito, Bruno Braz, entendeu que alguns depoimentos omitiam informações motivadas por uma possível disputa política, e sugeriu o arquivamento do caso por entender que não havia provas do crime. Ainda durante o inquérito, a polícia descobriu que Olavo chegou a almoçar com vítimas e testemunhas num restaurante de Macapá depois que o caso começou a ser investigado, e que um grupo tinha sido criado no WhatsApp para alinhar os depoimentos.

Ontem (28), o Portal SN informou a decisão da justiça de proibir que Olavo Almeida volte a manter contato com as vítimas, e noticiou (equivocadamente) que, por conta do arquivamento do inquérito, o processo tinha sido encerrado.

Contudo, a promotora Thaysa Assum procurou o Portal SN para informar que discordou do arquivamento do inquérito pela Polícia Civil, e ofereceu denúncia contra Olavo Almeida por assédio sexual.

Delegado Bruno Braz, da Delegacia de Mulheres, entendeu que vítimas e testemunhas estavam omitindo informações e sugeriu o arquivamento…. Foto: Olho de Boto/SN

Promotora Thaysa Assum discordou do arquivamento e ofereceu denúncia, que foi aceita pela justiça. Foto: MP-AP

A denúncia arrolou no processo quatro vítimas e cinco testemunhas que “demonstraram a materialidade e indícios robustos de autoria do crime”. De acordo com o MP, Olavo usava o cargo para obter vantagem e favorecimento sexual.  

“Foram analisados diversos depoimentos de testemunhas e os relatos das vítimas que possuíam similitude nas alegações de dia, hora e local em que ocorreram os fatos, nos levando a entender que houve a prática do crime, razão pela qual ele foi denunciado”, afirma a promotora. 

O processo corre na 4ª Vara Criminal, que aceitou a denúncia. O juiz Luís Conversani, deu prazo de 10 dias para que a defesa do réu apresente contestação.

Olavo Almeida já foi procurado pelo Portal SN para comentar o assunto, e não tem se pronunciado. 

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