Mais de 1 mil celulares foram apreendidos em 2023, diz Iapen

Apreensões são parte de operações para 'calar' o crime organizado no Amapá.
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Por IAGO FONSECA

Incursões de policiais penais dentro dos pavilhões do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (lapen) resultaram em mais de 1 mil celulares apreendidos em 2023. Somente entre outubro e dezembro, 230 aparelhos e três pistolas foram apreendidas durante a primeira e segunda fase da Operação Mute, que combate a comunicação dentro das penitenciárias de todo o país.

O instituto também associa a redução 64,29% nos crimes violentos e letais entre os meses de setembro a novembro por conta das ações das duas fases da Operação Hégira, que transferiu 31 presos ligados a facções criminosas para a nova Unidade Prisional José Eder, que possui protocolos diferenciados do ‘Cadeião’, que proíbem a entrada de celulares.

“Esse é o resultado da mudança de protocolos e do reforço aos procedimentos de revista e do trabalho das atividades da Polícia Penal estadual dentro dos pavilhões. A apreensão dos celulares passa por investigações de inteligência que nos permite identificar os aparelhos. Analisamos os celulares e extraímos informações que possam interessar a segurança pública”, explicou o diretor do Iapen, delegado Luiz Carlos Gomes.

Na terça-feira (13), 200 celulares furtados que entraram no sistema prisional serão enviados para a Polícia Civil realizar a devolução aos proprietários. A segunda fase da Operação Mute será concluída na sexta-feira (15).

Revistas da Operação Mute resultaram …

… apreensão de celulares, armas, drogas. Fotos: Divulgação/ Sejusp

Para o diretor, as estruturas antigas fragilizam a segurança prisional e facilitam a entrada de itens ilícitos no Iapen. Portanto, o instituto busca junto ao Ministério da Justiça recursos para a construção de uma nova prisão e serviços de vídeo-monitoramento.

“Com essas medidas em infraestrutura e no trabalho de investigação de possíveis servidores e policiais integrados ao crime organizado pretendemos estancar a entrada de ilícitos”, concluiu o diretor.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amapá, os novos protocolos que são executados somente na unidade José Eder são baseados nos modelos realizados em penitenciárias de outros estados. No momento, a unidade ‘Cadeião’ não utiliza do protocolo e, por isso, ainda há ocorrências de apreensões dos celulares.

“Ninguém entra com telefone na unidade nova, nenhum policial trabalha armado, são só equipamentos não letais. O que a gente vai fazer no decorrer do ano que vem é estabelecer esses protocolos no Cadeião. Vamos construir um presídio novo no ano que vem, porque a gente também precisa de um espaço físico que permita que o protocolo seja feito”, anunciou o secretário de segurança pública em exercício, Marko Scaliso.

secretário de segurança pública em exercício, Marko Scaliso. Fotos: Iago Fonseca/SN.com

Diretor do Iapen, delegado Luiz Carlos Gomes

Policial penal federal Cezar Delmondes, coordenador da Senappen

Cooperação nacional

Além das apreensões de celulares e pistolas, a atuação dos policiais penais também trabalha na educação dos integrantes do sistema penitenciário, de acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça (Senappen).

“Uma arma de fogo dentro do sistema penitenciário tem um potencial de fazer um estrago muito grande a todos aqueles que vivem lá. Nós temos uma operação que foi muito bem-sucedida em dar um golpe importante nas facções criminosas no Amapá. Sempre buscamos que a pessoa se integre à sociedade como um humano melhor, para que não volte ao sistema”, concluiu o policial penal federal Cezar Delmondes, coordenador da Senappen.

Seles Nafes
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