Mina de ouro no AP é denunciada por contaminação de igarapés com cianeto

A empresa Mina Tucano, em Pedra Branca do Amapari, teria usado teria provocado a morte de toneladas de peixes ao longo de 12 km
Compartilhamentos

Por SELES NAFES

A única mineradora de ouro legalizada no estado do Amapá, que inclusive se prepara para retomar a extração em 2024 (após um hiato de quase dois anos), vai retornar às atividades enfrentando uma grande dor de cabeça na justiça. A Mina Tucano, que agora pertence a um grupo canadense, está sendo acusada pelo Ministério Público do Amapá e Polícia Civil de danos ambientas graves. O uso de cianeto pela empresa é apontado como responsável pela mortandade de peixes em dois igarapés da região, em 2021.

A denúncia que acaba de chegar à justiça é baseada em inquérito da Delegacia de Crimes Ambientais (Dema) que apurou a mortandades de peixes em novembro daquele ano nos igarapés Xivetes e Areia, que recebem água do Rio Amapari.

O relatório da polícia afirma que a atividade da mineradora foi responsável por poluição, morte de animais, destruição da flora e até pela interrupção do abastecimento de água para a população de Pedra Branca do Amapari.  

A denúncia cita as mortes de espécies como o jandiá, pacu, traíra, aracu, trairão, poraquê, tamuatá e mandi. A mortandade foi confirmada por equipes da Sema, Dema, Defesa Civil, Lacen e Caesa.

Durante as investigações, o MP afirma que um funcionário da empresa revelou que teria ocorrido um acidente, e que a empresa estava investigando. Exames laboratoriais confirmaram níveis de cianeto na água acima do tolerado. A substância seria proveniente da barragem de rejeitos da mineradora.

29 de novembro de 2021: mais de duas toneladas de peixes são retirados dos igarapés em Pedra Branca. Fotos: Arquivo

A Dema chegou a cumprir um mandado de busca e apreendeu mídias de segurança contendo imagens da planta da Mina Tucano, mas

“O relatório de extração forense e análise computacional dos aparelhos da Denunciada informa que, de fato, não foi possível localizar, no material apreendido os arquivos buscados, de interesse às investigações. Contudo, o relatório refuta a alegação da Ré de que os arquivos ficariam gravados apenas por 05 (cinco) dias, uma vez que, no HD apreendido, foram encontrados vestígios anteriores ao dia do incidente”, diz o promotor Fabiano Castanho.

O MP pede que a mineradora seja condenada a fazer compensações para o município de Pedra Branca.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!